O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, reforçou que, se não vencer as próximas eleições legislativas marcadas para 10 de março de 2024, não vai formar governo. Numa entrevista à SIC, o líder do PSD também deixou de fora o Chega de uma possível solução governativa se vencer, contando apenas com o apoio do CDS-PP — e também da Iniciativa Liberal.

Garantindo que vai “cumprir a sua palavra” de que não fará uma gerigonça de direita, Luís Montenegro optou por não responder diretamente sobre se viabilizaria um governo do PS. O social-democrata disse apenas que está “empenhado a ganhar as eleições” e “focado em dar ao país uma alternativa a este socialismo que nos desgovernou nos últimos oito anos, que esteve com responsabilidade no Governo em 22 dos últimos 28 anos com um balanço que é claramente negativo”.

A “impulsividade” e o “combate político” de Pedro Nuno Santos

Relativamente ao Partido Socialista, Luís Montenegro não quis fazer distinções entre António Costa e Pedro Nuno Santos. Confrontado sobre se via alguma qualidade no novo secretário-geral do PS, o presidente do PSD concedeu que o socialista é “politicamente combativo” e que “defende as suas convicções”. Não obstante, frisou logo a seguir que nota “impulsividade, imaturidade e precipitação” em Pedro Nuno Santos, salientando que a sua “experiência é composta por ideias erradas, retrógradas e que não trazem progresso”.

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No que concerne à posição do PSD relativamente à construção do novo aeroporto de Lisboa, Luís Montenegro prometeu que divulgará “em breve” a proposta social-democrata, assim que o grupo técnico que constituiu sobre o tema tiver uma conclusão. “Não vamos engavetar a nossa posição só porque vai haver eleições. Quando tivermos a reflexão do grupo de trabalho produzida, iremos apresentá-la”, assegurou.

Excluindo a possibilidade de acertar posições com Pedro Nuno Santos neste tema antes das eleições, o líder dos sociais-democratas aproveitou ainda para criticar o adversário socialista nesta matéria, destacando a decisão depois revertida que promoveu quando era ministro das Infraestruturas, que apelidou de “pura precipitação”.

“Acorda de manhã, apanha o primeiro-ministro fora do país e faz uma publicação em Diário da República… É extraordinário, não acontece em mais nenhum país”, atirou Luís Montenegro.

A “boa relação” com André Ventura, mas sem nunca falar do futuro pós-eleitoral

Ainda na entrevista à SIC, Luís Montenegro reconheceu que já se encontrou no passado com o líder do Chega, André Ventura, e já trocaram “impressões frugais”. Admitindo que tem uma “boa relação” com o candidato do Chega, Luís Montenegro garantiu que nunca foi tema de conversa o futuro “pós-eleitoral”.

Não dando uma resposta concreta sobre se continuará à frente do PSD se perder as eleições, Luís Montenegro assegurou que quer formar um Governo e “conquistar o maior número de votos possíveis”, tentando ganhar “o apoio da sociedade portuguesa”.