Se as eleições legislativas antecipadas fossem hoje, o PS não só venceria como os blocos de esquerda e direita registariam em empate técnico — isto com o Chega na equação. Na sondagem da Intercampus para o Negócios, Correio da Manhã e CMTV, feita antes do anúncio da coligação Aliança Democrática, os socialistas mantêm-se a liderar as intenções de voto com 25,4% (já com Pedro Nuno Santos na liderança) e o PSD com 22,5%, sendo que em ambos os casos é registada uma subida relativamente ao último barómetro da Intercampus, ao contrário de todos os outros partidos, que surgem em queda.

A três meses das eleições, mais de 40% dos 611 inquiridos não deram uma indicação de voto para o dia 10 de março. Segundo a pesquisa, há uma divisão entre os 18% que não sabem se vão votar, os 18% que disseram que não o vão fazer e os pouco mais de 4% que sabem, mas não respondem.

A sondagem da Intercampus agora revelada foi realizada entre os dias 18 e 21 de dezembro, depois da eleição de Pedro Nuno Santos, mas antes do anúncio da coligação Aliança Democrática, com os técnicos a alertarem para “a grande incógnita em relação ao modo como a intenção de voto vai evoluir, sobretudo perante uma aliança PSD com CDS-PP”. Ainda assim, neste cenário, a direita continua sem poder sonhar com a maioria se não contar com o Chega, como o PSD já jurou.

Os resultados da pesquisa mostram que o PS continua em primeiro lugar, com 25,4%, e o PSD em segundo lugar, com 22,5%. Ambos os partidos, que estavam em queda na última sondagem da Intercampus, em novembro — onde socialistas surgiram à frente com 23,6%, seguidos do PSD com 21,9% — registam agora uma subida.

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O Chega, que tinha crescido para os 13,5%, cai agora para os 11,6%. O Bloco de Esquerda, com 8,8%, mantém o lugar à frente da Iniciativa Liberal, que tem agora 6,6% de intenções de voto — mas os dois partidos descem nas intenções de voto relativamente ao mesmo barómetro da mesma empresa de sondagens. Quanto aos partidos menos votados, todos descem: PAN (de 4,4% para 3%), Livre (de 3% para 2,9%), CDU (de 3,2% para 2,3%) e CDS (de 1,9% para 1,6%). Uma nota para a CDU que é ultrapassada pelo Livre nesta sondagem, depois de já ter sido vencida pelo PAN em novembro.

Feitas as contas, apenas PS e PSD sobem nas intenções de voto. Porém, caso estes fossem os resultados do dia 10 de março, haveria um empate técnico entre os blocos da esquerda (contando com o PAN) e da direita (sem excluir o Chega). Por outras palavras, com base nestes dados, a direita sem o Chega ficaria atrás dos partidos da esquerda, já que o bloco liderado pelo PS conseguiria 42,4% dos votos e a união encabeçada pelo PSD alcançaria 42,3%. Porém, sem os 11,6% de votos no Chega cairia para os 30,7%.

A coligação PSD/CDS mudará inevitavelmente as intenções de voto, não sendo possível somar de forma básica os 22,5% do PSD ao 1,6% do CDS.