O Butão, nos Himalaias, começou esta terça-feira a votar nas quartas legislativas, quando os problemas económicos colocam em causa a filosofia do país de dar prioridade à “felicidade nacional bruta” em detrimento do crescimento.

No início da manhã, apenas alguns eleitores faziam fila na abertura das assembleias de voto em Thimphu, observou um jornalista da agência de notícias France-Presse.

Neste país monárquico, sem litoral, com 800 mil habitantes e uma área comparável à da Suíça, alguns eleitores têm de caminhar durante dias para colocar o voto nas urnas.

As assembleias de voto vão estar abertas até às 17h00 (12h00 em Lisboa) e os resultados são esperados na quarta-feira.

Muitos eleitores estão preocupados com as dificuldades enfrentadas pelos jovens, que têm emigrado em massa devido ao elevado desemprego.

O desemprego afeta 29% dos jovens no Butão, de acordo com o Banco Mundial, enquanto o crescimento económico estagnou em torno de 1,7% ao ano, em média, nos últimos cinco anos.

A economia está no centro das preocupações dos dois partidos que concorrem às eleições, mas ambos mantêm o compromisso com o conceito de “felicidade nacional bruta”, consagrado na Constituição, e pelo qual o governo do país do sul da Ásia mede a felicidade e o bem-estar da população.

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Em novembro, as primárias reduziram a corrida a dois partidos, eliminando o principal partido da oposição e o partido no poder, do antigo primeiro-ministro Lotay Tshering, também médico e conhecido por realizar cirurgias aos fins de semana durante o mandato na chefia do executivo.

O Butão realizou as primeiras eleições legislativas em 2008, depois da criação de um parlamento bicameral, no início do reinado do atual rei, Jigme Khesar Wangchuck, que continua a ser extremamente popular.

A campanha eleitoral no país de maioria budista, situado entre a Índia e a China, tem sido silenciosa, com regulamentos rigorosos que limitam a propaganda eleitoral à colocação de cartazes em espaços públicos.