A sétima expulsão de José Mourinho desde que chegou à Roma, nos descontos do empate no Olímpico com a Atalanta, acabou por poupar o português a um castigo nos quartos da Taça da Itália (vai cumprir apenas no San Siro frente ao AC Milan, a contar para a Serie A) mas nem por isso poupou a algumas críticas, não só por mais uma igualdade que atrasou a equipa em relação aos lugares cimeiros mas também, ou sobretudo, por outro cartão vermelho. “Agora quero criar uma polémica: o Mourinho é um habitué. Quando as coisas não correm bem, não aparece. Claro que não é só ele, há muitos a fazerem isto também”, apontou Paolo Di Canio, antigo avançado italiano da Lazio que era um autêntico ídolo junto da claque do clube. Estava dado o mote para o dérbi da cidade depois do empate para o Campeonato. E só mesmo um poderia sair a sorrir.

A cabeça pouco fria a trair um coração quente: Roma empata com Atalanta e Mourinho volta a ser expulso após novo ataque de nervos

Neste caso em específico, rivalidades à parte, havia também a memória fresca do último despique entre os dois conjuntos e respetiva troca de palavras mais azeda entre José Mourinho e Pedro Rodríguez, o antigo avançado do Barcelona. “Não queria deixar Mancini sozinho com Pedro. Ele é um jogador fantástico mas também é um mergulhador nato, um nadador excelente. Ele mergulha lindamente na piscina”, apontou o técnico português. “Mourinho é sempre o primeiro a falar sobre títulos. Bem, Pedro ganhou mais títulos do que ele”, respondeu de imediato o médio laziale Danilo Cataldi (embora que conta “furadas”, perante os 26 troféus do português contra 25 do espanhol). “Sabemos como é o Mourinho, já fez isso no passado. Diz uma coisa e depois diz outra… Quando não fala do árbitro, fala do calendário ou sobre um jogador que se atira para o relvado. Conheço-o muito bem. É um homem muito engraçado”, atirou o avançado. Agora, foi o ex-Braça que levou a melhor no duelo onde até acabou expulso nos descontos tal como Sardar Azmoun.

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Mourinho e Sarri só ganharam um abraço amigo: Roma empata com Lazio no primeiro dérbi da época

Naquele que foi o segundo encontro relativo aos quartos da Taça de Itália, com inevitável casa mais do que cheia no Olímpico, a Lazio conseguiu bater a Roma pela margem mínima com um único golo de Mattia Zaccagni de grande penalidade no início do segundo tempo após análise do VAR (51′). Antes e depois, o conjunto de José Mourinho sentiu sempre grandes dificuldades em chegar à baliza do estreante Christos Mandas, beneficiando apenas nos minutos finais de uma oportunidade soberana para chegar ao empate que foi travada a dois tempos pelo guarda-redes grego antes de também Lukaku falhar por pouco no décimo minuto de descontos num pontapé de bicicleta. Curto para evitar mais um desaire diante do grande rival.

“É sempre doloroso, ainda para mais num dérbi. Tivemos várias dificuldades, nas últimas semanas jogámos como Nápoles, Juventus, Atalanta e Lazio. Hoje perdemos o jogo com um penálti do futebol moderno, um penálti de VAR que o árbitro que está a três metros não marca mas depois aparece o VAR. Jogadores de 20 anos nunca se atirariam para o chão como nos dias de hoje. Tivemos mais oportunidades. Quando o Dybala saiu, o jogo mudou como tinha acontecido com a Fiorentina”, comentou Mourinho no final. “Sem ele, o jogo tem menos qualidade. O penálti foi num lance com um miúdo top mas que não deixa de ser um miúdo com 55 minutos na Serie A. A equipa que marcar primeiro com Orsato como árbitro ganha porque ele depois não deixa mais ninguém jogar”, apontou ainda o técnico português depois da eliminação.

“Pela imagem que vi foi penálti, um toque limpo sem se aproximar da bola. Orsato ficou apenas oito segundos no VAR, percebeu que era penálti. Os episódios interessam-me até um certo ponto, à exceção de três ou quatro minutos na compensação, não houve bolas de golo. Fizemos algo mais do que eles, entrámos um pouco nervosos e não tínhamos a cabeça limpa para jogar. É uma vitória legítima apesar de apertada. Mourinho? As palavras de Mourinho não me afetam”, referiu Maurizio Sarri, técnico da Lazio.

De acrescentar que, ainda antes da partida, o Olímpico de Roma foi palco de momentos mais tensos entre adeptos dos dois clubes, com o arremesso de dezenas de tochas em direção do topo sul onde se concentravam os romanos antes da resposta contra os laziale que estavam mais próximos. Foi acionado um reforço policial de cerca de mil unidades que acabou depois por serenar os ânimos, havendo durante toda a partida uma distância de segurança maior entre as bancadas onde se concentravam os adeptos adversários. Durante o encontro também, Bove, médio da Roma, foi atingido por uma garrafa de água vinda da bancada.