Desde 1985 que a Honda produziu parte dos seus modelos destinados ao mercado europeu em Swindon, no Reino Unido, fábrica que empregou 4000 pessoas e que gerou mais de 3,5 milhões de veículos. Pouco mais de três décadas depois, em 2019, a Honda anunciou que iria desistir da unidade fabril, com a decisão a ter como justificação a obrigatoriedade imposta pela União Europeia de comercializar carros cada vez menos poluentes, além das complicações decorrentes do Brexit. Agora a marca nipónica surpreendeu ao admitir voltar a produzir no Velho Continente.

Pelos carros que concebe, o construtor japonês começou a afastar-se das necessidades e dos interesses dos consumidores europeus. Depois de anunciar o encerramento de Swindon em 2019, as vendas na Europa caíram 40%, de 101 mil unidades para apenas 62 mil em 2020, mas a crua realidade é que as vendas deste fabricante, que chegaram a atingir 308 mil unidades em 2007, começaram depois a descer paulatinamente para 139 mil em 2013 e daí para 62 mil em 2021.

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Agora, o mundo levou a Honda a mudar de estratégia. O construtor que foi dos primeiros a apostar nos motores híbridos e nos eléctricos a produzir a bordo a electricidade de que necessitam através de células de combustível a hidrogénio – mas que depois virou, em parte, as costas a estas tecnologias –, está apostado em regressar aos veículos eléctricos. Obviamente sensibilizado pelas exigências dos mercados chinês e europeu, mas também por ser evidente que a moda vai alastrar aos mercados japonês e norte-americano.

Durante o CES em Las Vegas, o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, disse que “encerrar Swindon fez sentido na altura”, para de seguida admitir que está aberto à ideia de regressar à produção dos seus veículos no mercado europeu. Embora esta hipótese não esteja fora de questão, Toshihiro Mibe revelou à Auto Express que “voltar a fabricar na Europa é uma possibilidade, mas de momento a estratégia passa por fabricar noutros locais e exportar para o mercado europeu”.

A marca japonesa, que até há bem pouco tempo comercializava apenas dois veículos eléctricos na Europa e agora ficou reduzida a apenas um (Honda e:Ny1), promete apostar fortemente nesta tecnologia. Para já, antecipa dois SUV eléctricos para breve, a que se juntará um desportivo igualmente eléctrico e um utilitário a bateria, similar ao Honda Jazz.

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