O cumprimento da meta de longo prazo que limita o aquecimento global a 1,5 graus centígrados poderá poupar um bilião de euros na União Europeia (UE) até 2030, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira por uma coligação ambientalista.

“A adoção de uma via compatível com um aquecimento global de 1,5°C poderia poupar a toda a União Europeia pelo menos um bilião de euros até 2030”, segundo um relatório da coligação de organizações ambientalistas não-governamentais Rede de Ação Climática (CAN, na sigla em inglês), que integra a portuguesa Zero.

Esta opção, contabiliza a coligação de organizações ambientalistas não-governamentais Rede de Ação Climática, “permitiria à União Europeia evitar perdas cumulativas de 46 mil euros ou 8.500 euros per capita em comparação com os cenários de inação e de políticas atuais, respetivamente”.

A coligação de organizações ambientalistas não-governamentais Rede de Ação Climática salienta também, no relatório “Resultados do Pacto de Paris: Acelerar a transição ecológica para obter benefícios socioeconómicos”, que os esforços para limitar o aquecimento global a 1,5ºC se traduzem “em reduções brutas das emissões de, pelo menos, 65% até 2030 para a Europa, em comparação com o objetivo atualmente previsto de 55-57%”.

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Os ambientalistas destacam, por outro lado, que a saúde é influenciada pelo clima, nomeadamente aos fenómenos como vagas de calor, má qualidade do ar e poluição.

Segundo dados Organização Mundial de Saúde citados pela  coligação de organizações ambientalistas não-governamentais Rede de Ação Climática, no verão de 2022 — o mais quente na Europa desde que há registos — mais de 16 mil pessoas morreram na União Europeia devido ao calor, um valor que considera subestimado quando comparado com o de mais de 60 mil mortes reportadas pela revista Nature.

Alterações climáticas: mais de 16.000 morreram em 2022, ano em que a Europa aqueceu mais 2,3 graus

O estudo é divulgado no dia em que os ministros dos Ambiente da União Europeia iniciam um Conselho de dois dias dedicado, nomeadamente, a temas como a adaptação e resiliência do clima e a preparação no bloco europeu para gerir futuros riscos climáticos.

O acordo de Paris, alcançado em 2015 e assinado e ratificado pela União Europeia e os 27 Estados-membros, estabelece, entre os seus objetivos a longo prazo a manutenção do aumento da temperatura média mundial bem abaixo dos 2°C em relação aos níveis pré-industriais e em fazer esforços para limitar o aumento a 1,5°C.