Uma tempestade de inverno está a afetar milhões de pessoas nos Estados Unidos e Canadá. As baixas temperaturas, que já se fizeram sentir ao longo do fim-de-semana, vão agravar-se esta segunda e terça-feiras, com os meteorologistas a anteciparem que possam vir a ser quebrados mais de 140 recordes diários de baixas temperaturas nos EUA, do Oregon ao Mississipi.

A tempestade, que vai deixar milhões “congelados” com ar frio do Ártico, já está a ter efeitos um pouco por todos os EUA, com fortes nevões e ventos gélidos. De acordo com a CNN, cerca de 79% do país vai registar temperaturas gélidas, que poderão chegar aos -56º C em estados como o Montana ou a Dakota do Norte e a do Sul. Feitas as contas, são 95 milhões de pessoas afetadas pelos avisos de temperaturas extremamente baixas.

Os estados de Kentucky, Mississipi, Arkansas e Louisiana já estão em estado de emergência devido ao frio. Tate Reeves, o governador do Mississipi, emitiu um comunicado onde aconselha os habitantes a prepararem as casas para as baixas temperaturas e a evitar deixar os animais de estimação no exterior.

As autoridades estão a aconselhar os norte-americanos a evitar deslocações desnecessárias – quem tiver mesmo de ir trabalhar, deve fazê-lo com extremo cuidado, já que há várias estradas cobertas de gelo. O vento, que poderá chegar aos 80 km/h, também é uma preocupação das autoridades, devido ao risco de queimaduras com gelo se passarem um período mais longo no exterior.

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Um pouco por todos os EUA, há registo de milhares de voos cancelados devido ao mau tempo. De acordo com o site FlightAware, já foram cancelados quase 1.500 voos internos ou de e para os EUA só esta segunda-feira. Há ainda registo de mais de 9.850 ligações aéreas atrasadas. As companhias aéreas Southwest e a United lideram a lista de cancelamentos.

No estado do Oregon, há 150 mil casas e negócios que estão sem eletricidade desde domingo devido à neve e ao frio. O frio já causou a morte a três pessoas no estado, refere o Guardian.

No Canadá, onde as temperaturas baixas já são habituais no inverno, os termómetros baixaram até -35º C no domingo em Edmonton, e até aos -28ºC em Calgary, na região de Alberta.

Temperaturas extremas podem afetar a ida às urnas no Iowa

No estado norte-americano do Iowa, as autoridades acreditam que a participação nas primárias republicanas do Iowa, que se realiza esta segunda-feira, vai ser severamente afetada pelo frio. Conhecido como caucus do Iowa, é um dos momentos eleitorais que vai testar quem é que os republicanos poderão querer ver como candidato à presidência dos EUA. Donald Trump, que foi Presidente dos EUA entre 2016 e 2020, é visto como um favorito. 

Nem o frio glacial afasta apoiantes no Iowa para quem Trump é o “homem certo no momento certo”

Zack Taylor, meteorologista do National Weather Service, explicou ao Guardian que o Iowa vai ter “nevões intensos, mas também ventos extremos”. Por isso, acredita que este possa mesmo ser o caucus mais frio em décadas, com avisos para os riscos de hipotermia e queimaduras causadas pelo frio.

Atualmente, estão -24ºC em Des Moines, a capital do estado do Iowa, muito mais frio do que em Fairbanks, no Alaska, onde estão agora -15ºC.

Nikki Haley, um dos nomes dos republicanos que já mostrou interesse em concorrer nas presidenciais, cancelou no fim da semana passada três ações de campanha devido ao frio. Já esta segunda, Donald Trump admitiu que está “preocupado” com as condições atmosféricas extremas e como poderão afetar a ida às urnas, refere o Guardian.