O Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, anunciou, esta quarta-feira, que está a trabalhar com o governo do Zimbabué e com as agências de ajuda humanitária para fornecer alimentos a 2,7 milhões de pessoas das zonas rurais do país.

O apoio está relacionado com o fenómeno meteorológico El Nino, que está a contribuir para uma crise generalizada de seca na África Austral.

A escassez de alimentos, que coloca cerca de 20% da população do Zimbabué em risco de fome, tem sido causada por más colheitas em zonas devastadas pela seca, onde as pessoas dependem da agricultura em pequena escala para se alimentarem.

Prevê-se que o El Niño venha a agravar esta situação, provocando novamente este ano precipitações abaixo da média, afirmou Francesca Erdelmann, diretora nacional do PAM no Zimbabué.

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O El Niño é um fenómeno meteorológico natural e recorrente que aquece partes do Pacífico, afetando os padrões meteorológicos em todo o mundo, com impactos diversos em diferentes regiões.

Quando as chuvas falham ou chegam tarde, tem um impacto significativo, disse Erdelmann, que fez o anúncio numa conferência de imprensa em Harare.

No Zimbabué, o período de janeiro a março é conhecido como a estação das vacas magras, quando as famílias rurais ficam sem alimentos enquanto aguardam a próxima colheita.

Mais de 60% dos 15 milhões de habitantes do Zimbabué vivem em zonas rurais e a sua vida é cada vez mais afetada por um ciclo de secas e inundações agravado pelas alterações climáticas.

O Governo do Zimbabué diz que o país tem reservas de cereais para durar até outubro, mas reconheceu que muitas pessoas que não conseguiram colher cereais suficientes e que são demasiado pobres para comprar alimentos nos mercados necessitam urgentemente de assistência.

O Zimbabué já reconheceu ter sentido os efeitos do El Niño noutros setores, depois de 100 elefantes terem morrido num parque de vida selvagem afetado pela seca no final do ano passado.