A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu, esta quinta-feira, que o Governo ignorou os alertas sobre “más opções políticas” no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), estando agora os cortes a sentir-se no bolso dos agricultores.

“A CNA cedo e bastantes vezes alertou que as más opções e decisões políticas do Ministério da Agricultura e do Governo, no desenho do Plano Estratégico nacional para a aplicação da PAC, iriam traduzir-se em cortes brutais nas ajudas aos agricultores. O Ministério da Agricultura ignorou, tomou as suas decisões e os cortes estão aí a sentir-se no bolso dos agricultores”, lê-se num comunicado.

Segundo a confederação, os pagamentos das ajudas da PAC calendarizados para janeiro confirmam “cortes significativos” para as explorações agrícolas, quase transversais a todas as intervenções.

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Por outro lado, “as más opções” do ministério tutelado por Maria do Céu Antunes na programação do PEPAC traduzem-se também em “perdas brutais” na agricultura biológica e na produção integrada.

A isto vão somar-se, no próximo ano, cortes nas áreas de baldio para pastoreio.

“Os agricultores e o país precisam de uma alteração profunda das políticas agrícolas aplicadas nas últimas décadas por sucessivos governos e de um Ministério da Agricultura que resolva os problemas da agricultura nacional, a começar pela garantia de rendimentos dignos e justos para os agricultores”, vincou.

Também esta quinta-feira, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) lamentou os cortes nos pagamentos aos agricultores, no âmbito do PEPAC, acusando o Ministério da Agricultura de incompetência devido a erros de programação.

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A CAP prepara-se agora para denunciar o caso a Bruxelas.

A Lusa contactou o Ministério da Agricultura, mas não obteve resposta.