Koba Koindredi apareceu mais cedo como reforço do Sporting na Liga Portugal do que foi confirmado de forma oficial pelos leões com declarações do jogador. Otávio esteve perto de ficar no Famalicão após o braço de ferro com os proprietários da maioria do capital social da SAD do conjunto minhoto mas acabou por ser fechado ao final da tarde na sequência de mais uma maratona negocial (e num dia particularmente agitado no universo azul e branco por causa da “Operação Pretoriano”). Musa ainda demorou um pouco mais do que era suposto mas acabou por rumar mesmo aos EUA para representar o Dallas FC mesmo tendo dado uma preferência inicial ao Lille numa quarta-feira marcada pela oficialização Gianluca Prestianni, argentino do Veléz Sarsfield que estava há muito garantido pelo Benfica mas que só hoje cumpriu os 18 anos.

Contas feitas, o último dia do mercado de transferências acabou por ser apenas um espaço para confirmar o que já se esperava e não um momento para potenciais surpresas de última hora. A partir de agora, mesmo tendo alguns elementos na Taça das Nações Africanas e/ou Taça Asiática, os três grandes candidatos ao título sabem o plantel que contam não só na luta pelo Campeonato mas também nas restantes provas, entre a Taça de Portugal e as competições europeias. Trouxe tudo aquilo que os treinadores pretendiam? Em alguns casos, não. No entanto, todos ficaram com um grupo reforçado para a segunda metade da temporada.

Chegou o médio, não chegou o ala e a próxima época já está a ser preparada

A aposta em Koba Koindredi estava há muito definida, com o jogador a fazer ainda a Final Four da Taça da Liga pelo Estoril antes de realizar exames médicos e assinar pelo Sporting por valores dentro do que tinha sido balizado pelos responsáveis para esse jogador neste mercado de transferências. Esse jogador, neste caso o médio entre os que estavam identificados na Primeira Liga para o setor que estava mais “debilitado” desde o verão a nível de opções. Inicialmente, a ideia dos leões passava por garantir também um ala que pudesse pisar terrenos mais à esquerda, o que daria outra liberdade a Rúben Amorim para escolher a melhor posição para Pedro Gonçalves consoante o adversário e as necessidades da equipa, mas a hipótese acabou por cair.

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A perspetiva dos responsáveis leoninos, em consonância com o treinador, passava por chegar a algum dos nomes referenciados pelo Sporting para a posição e que já tinham sido tentados no verão (como Buchanan, internacional canadiano que rumou ao Inter agora em janeiro) a pensar também na próxima época mas sem entrar em loucuras. Como nenhum desses negócios ganhou contornos para ser concretizado, a contratação de um ala ficou adiada para o verão de 2024, com a opção de recorrer à formação em caso de necessidade onde vão despontado nomes como Geovany Quenda. Também a pensar em 2024/25, Afonso Moreira foi cedido ao Gil Vicente e Dário Essugo rumou ao Desp. Chaves, sendo que neste último dia Rodrigo Ribeiro renovou mas partiu para o Nottingham Forest da Premier league, que ficou com opção de compra.

Um mercado a gastar mais do que é habitual para resolver problemas a curto e médio prazo

O Benfica apresentou esta quarta-feira o quarto e último reforço neste mercado de transferências, naquilo que era apenas uma formalidade: Gianluca Prestianni, por ter cumprido agora os 18 anos, foi oficialmente apresentado em mais um negócio por números altos que preenche dois objetivos que os encarnados tinham neste mercado. Por um lado, o conjunto de Roger Schmidt queria resolver problemas no atual plantel, por questões físicas ou falta de adaptação. Por outro, via nesta janela de mercado uma forma de ir lançando a preparação de 2024/25, que pode não contar logo à cabeça com as continuidade de Rafa e Ángel Di María.

Ao todo, os encarnados investiram um total de 36,5 milhões de euros. Álvaro Carreras acabou por ser o único que não envolveu grandes montantes por chegar por empréstimo do Manchester United (com uma opção de compra de seis milhões) mas resolveu aquela que era a principal carência do Benfica na esquerda da defesa, onde Juan Bernat tem estado lesionado e Jurásek não se adaptou, sendo cedido ao Hoffenheim. Já Marcos Leonardo, que custou 18 milhões, foi a aposta para um ataque que deixou de ter Musa, vendido ao Dallas FC. Por fim, Rollheiser (9,5 milhões) e Prestianni (nove milhões) são reforços para serem trabalhados a médio prazo, por se tratarem de dois dos jogadores argentinos mais promissores da atualidade. A hipótese de chegar ainda um lateral direito para rivalizar com Alexander Bah na posição ainda esteve em cima da mesa mas, face ao rendimento de Aursnes no lugar e os valores em causa, acabou por cair das opções.

O central que durou mais do que se pensava e o “reforço” das permanências

Perante o atual contexto que o FC Porto enfrenta, o principal “reforço” dos dragões acabou por ser segurar todos os jogadores mais utilizados por Sérgio Conceição incluindo Mehdi Taremi, que está em final de contrato a negociar uma transferência agora a custo zero com o Inter (embora esteja ainda a representar o Irão na Taça Asiática), ou Grujic, médio com menos minutos do que desejaria que recebeu abordagens mas acabou por permanecer no Dragão. Também Gonçalo Borges, que no início da época prometia mais do que os minutos que foi tendo daí para a frente, esteve muito perto de sair por empréstimo mas ficou na Invicta.

Assim, todas as atenções estavam centradas na contratação de um central. Foram muitas opções a nível de nomes que foram passando pela mesa de negociações, num de dois caminhos possíveis: apostar num nome mais experiente, com rodagem em clubes europeus e que pudesse chegar por um valor mais baixo tendo um salário mais elevado, ou investir num jogador com conhecimento de Primeira Liga que envolvesse um montante mais elevado. A escolha recaiu na segunda via, com Otávio, jovem brasileiro de 21 anos que fazia a segunda temporada no Famalicão, a ser contratado no último dia de mercado depois da completa estagnação do negócio que chegou a ameaçar a sua concretização esta quarta-feira. Foram 12 milhões de euros por 80% do passe por um reforço que Sérgio Conceição “agradece” pela lesão de Marcano e a saída de David Carmo (cedido ao Olympiacos como Fran Navarro) mas que gostaria que não fosse a única cara nova.