Os agricultores suíços juntaram-se este sábado aos protestos do setor, que decorrem há várias semanas na Europa, pela valorização da atividade agrícola, com um desfile de cerca de 30 tratores nas ruas de Genebra.

“Como jovens, assusta-nos muito não saber se, realmente, há futuro para a nossa profissão. É muito triste ver a geração anterior, com dificuldades em gerar lucro, a modernizar os seus equipamentos para fazer o que a política nos pede: produzir de uma forma mais sustentável”, apontou, o vinicultor Antonin Ramu, de 19 anos, em declarações à Agência France Presse (AFP).

Apesar de saudar a mudança para uma agricultura mais verde, Ramu pediu mais apoios para o setor e lembrou que não é possível competir com quem não cumpre as mesmas exigências, referindo-se às importações fora da União Europeia.

Os tratores foram escoltados pela polícia, concentrando-se no centro de Genebra. O protesto atraiu cerca de 200 pessoas.

Este protesto foi convocado pela Uniterre, após o Sindicato dos Camponeses Suíços ter lançado, esta semana, um documento com as reivindicações do setor.

“Esta é a primeira concentração de camponeses na Suíça, depois das manifestações e bloqueios que ocorrem em toda a Europa. Na Suíça, muitas pessoas dizem que a situação é diferente e que não estamos sujeitos às políticas da União Europeia […], mas temos o mesmo tipo de estrutura”, referiu a sindicalista da Uniterre Eline Müller.

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Já na Bélgica, os agricultores continuaram a bloquear vários centros de distribuição alimentar dos supermercados Aldi, Lidl, Intermarché e Delhaize, apesar da ameaça dos empregadores, o que já provocou algumas falhas de produtos.

Na sexta-feira, os empregadores ameaçaram os manifestantes com ações judiciais, caso os protestos não terminassem.

Estes bloqueios já provocaram algumas quebras de produtos nas prateleiras dos supermercados belgas.

Os supermercados Aldi, Lidl e Delhaize anunciaram estar em conversações com os agricultores para tentar travar os protestos.

Estão bloqueados, no total, três centros de distribuição do Aldi, dois do Intermarché, dois da Delhaize e um do Lidl.

Na região Sul, os agricultores cortaram a circulação de veículos em duas estradas secundárias, perto de Bouillon, enquanto no porto de Zeebrugge o bloqueio já foi levantado.

Os agricultores belgas estão em protesto há uma semana, contra os baixos preços pagos pelos distribuidores de alimentos, o excesso de burocracia, as regulamentações ambientais e contra as importações fora da União Europeia, que não cumprem as mesmas exigências.

Esta quinta-feira, mais de 1.300 tratores bloquearam Bruxelas.

Os agricultores europeus saíram à rua nas últimas semanas, cortando estradas com tratores e fardos de palha, exigindo a flexibilização da Política Agrícola Comum (PAC) e mais apoios para o setor, em ações que já levaram os governos a adotar novas medidas.