O aumento geral dos salários e a dignificação das carreiras são as principais reivindicações dos trabalhadores da administração local, que esta quinta-feira se reuniram em plenário, em Lisboa, e entregaram o caderno reivindicativo ao Governo.

As reivindicações foram discutidas na tarde desta quinta-feira durante um plenário nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), que decorreu em Lisboa e juntou mais de um milhar de pessoas, segundo disse à agência Lusa fonte sindical.

Neste plenário foi aprovada uma resolução, onde constam as principais reivindicações do STAL, que viriam a ser entregues por uma delegação do sindicato na Secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território.

Inicialmente estava previsto um desfile público entre o local do plenário e a Secretaria de Estado, mas acabou por ser cancelado devido à chuva.

Em declarações à Lusa, a presidente do STAL, Cristina Torres, apontou como principais problemas os “salários baixos”, a “falta de condições de trabalho dignas”, os “ataques à liberdade do exercício sindical” e a “precariedade”.

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“Os trabalhadores têm direito a viver com dignidade e de forma plena. Os trabalhadores não devem ter de decidir se pagam a renda ou se compram o bife”, sublinhou.

Sobre alguns dos problemas práticos que afetam os trabalhadores das autarquias, Cristina Torres deu como exemplo a forma “incorreta” como está a ser aplicado, em alguns municípios, o suplemento de penosidade e insalubridade e deixou críticas ao funcionamento do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP).

“O SIADAP não serve, não é justo e atrasa a progressão. É necessário revogá-lo, mas é preciso que as autarquias o cumpram, mesmo sendo mau como é”, apontou.

O STAL defende a revogação do SIADAP e a sua substituição por “um sistema de avaliação sem quotas, formativo, equitativo e justo”.

Relativamente aos salários, o STAL pretende um aumento salarial de 15%, num mínimo de 150 euros, o incremento, este ano, do salário mínimo na Administração Pública para 1.000 euros e a atualização do subsídio de refeição para 10,50 euros.

Defendem, igualmente, a redução das contribuições para a ADSE para 1,5% em 12 meses.

Nesse sentido, a pouco mais de um mês para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, a presidente do STAL insta o próximo Governo a “mudar de rumo” e a “garantir uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores”.

“Esperamos que os trabalhadores no dia das eleições votem com a consciência de que é necessário que os seus problemas sejam resolvidos. Até aqui não temos tido respostas”, sublinhou.

O STAL — Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins – tem atualmente cerca de 56 mil associados e está presente em todos os distritos e regiões autónomas, através de 22 direções regionais.