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O ai Jesus de Fábio por ter um Cristo pela frente (a crónica do Arouca-FC Porto)

FC Porto tinha pouco margem de erro e caiu a mostrar a face mais errática enquanto equipa quando estava na melhor fase. Mérito do Arouca? Muito. Mas um candidato ao título tem de fazer mais... (3-2).

Fábio Cardoso teve uma noite para esquecer em Arouca, sendo mesmo expulso por acumulação de amarelos nos descontos
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Fábio Cardoso teve uma noite para esquecer em Arouca, sendo mesmo expulso por acumulação de amarelos nos descontos

Fábio Cardoso teve uma noite para esquecer em Arouca, sendo mesmo expulso por acumulação de amarelos nos descontos

“Isto anda tudo muito tranquilo por aqui… É por ser domingo, não é? Bem, bom dia a todos”. O ambiente no universo FC Porto pode não ser o mais pacífico mas nem por isso Sérgio Conceição perdeu a boa disposição, terminando a conferência de imprensa antes da deslocação a Arouca com uma “piada” para os jornalistas que se encontravam na sala. Apesar do recente empate na receção ao Rio Ave, que atrasou ainda mais a equipa na classificação do Campeonato, e também da deslocação “falhada” aos Açores para fazer 27 minutos de um jogo que foi tudo menos um jogo para a Taça de Portugal frente ao Santa Clara por causa da chuva, a equipa azul e branca atravessa o melhor momento da temporada. Agora, a nível de resultados, até pode não ser, mas no plano exibicional foi como se o ano de 2024 trouxesse a melhor versão dos dragões… sem Taremi.

Arouca-FC Porto. Segunda parte começa sem alterações (2-1, 46′)

“O Taremi chegou ontem [sábado] e estive muito pouco tempo com ele. Hoje [Domingo] ele treinou, mas ainda não tive uma conversa mais calma e tranquila com ele, irei tê-la agora até para ver se está disponível para amanhã [segunda-feira]”, tinha anunciado o técnico na antecâmara da partida, ainda antes de tomar uma decisão. Uma decisão que, no fundo, eram três: 1) decidir se Taremi iria ou não continuar a contar para o FC Porto apesar da saída certa para o Inter a custo zero no final da época, à semelhança do que aconteceu com outros jogadores como Uribe, Marega, Mbemba, Brahimi ou Herrera; 2) decidir se Taremi tinha para já as condições para recuperar o chip e ir a jogo; 3) decidir se Taremi, que esteve até agora a competir pelo Irão, podia entrar de imediato no onze. Contas feitas, o iraniano começou no banco. E começou no banco porque, pelo quarto encontro consecutivo, Sérgio Conceição decidiu apostar no mesmo onze inicial.

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“Esperamos um encontro difícil perante uma equipa que já na primeira volta nos fez perder dois pontos. Percebemos a evolução deles, estão num bom momento, e cabe-nos ir a Arouca e trazer os três pontos em mais uma batalha. Ensinamentos desse empate? Acho que vão ser jogos com histórias diferentes. A evolução das equipas às vezes acontece com a mudança de equipa técnica também. Não é que seja melhor ou pior, mas é diferente. Depois há o mercado, que permite reajustar as equipas e dar algo mais do que até então as pessoas perceberam que faltava. Mas também temos a nossa evolução, estamos num momento em que os jogadores, cada vez mais nas suas posições, tiveram essa mesma evolução muito positiva. Obviamente que à medida que se vai caminhando para o fim, as coisas começam a ser mais difíceis na disputa de pontos”, frisou o técnico dos dragões entre muitos elogios ao Arouca e às melhorias depois da entrada de Daniel Sousa.

“Jogo decisivo? Não vejo como um jogo decisivo porque há muitos pontos em disputa mas é um jogo importante, sim. Se ganharmos em Arouca e perdermos esses pontos em casa com o Estrela da Amadora… Sabemos que a margem de erro é muito curta e olhamos para todos os jogos como finais. Na Taça de Portugal é um jogo a eliminar e faltam uns minutos e descontos, mas não vou dizer os descontos porque posso acertar e ser processado. Depois há o jogo contra o Arsenal, os jogos do Campeonato…”, acrescentou, recusando qualquer rótulo “decisivo” para uma partida que teria importância naquilo que falta ainda na temporada.

Pode até não ser, ou não tivesse o FC Porto ganho e perdido um Campeonato com sete pontos de atraso e avanço, mas aquilo que ficou sobretudo foi a versão mais errática da equipa quando tinha pouca ou nenhuma margem de erro. Sérgio Conceição tinha razão em todas as palavras que deixou sobre o Arouca, com a equipa de Daniel Sousa a conseguir pela primeira vez na história quatro vitórias consecutivas no Campeonato, mas entre o mérito dos visitados houve uma dose grande de demérito dos dragões com Fábio Cardoso a ser uma espécie de espelho de tudo o que correu mal aos azuis e brancos sobretudo quando teve pela frente uma armada espanhola comandada por Cristo González que fez o que quis da melhor defesa da Liga a par de Rafa Mújica e Jason, que ao todo já levam um total de 34 golos entre os 47 que a equipa tem esta época.

Ficha de jogo

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Arouca-FC Porto, 3-2

21.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Arouca

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Arouca: Arruabarrena; Tiago Esgaio (Milovanov, 84′), Bambu, Montero, Weverson; David Simão, Pedro Santos (Lawal, 90+2′); Jason (Puche, 84′), Cristo Rodríguez (Trezza, 73′), Sylla (Uri Busquets, 73′) e Rafa Mújica

Suplentes não utilizados: Thiago, Matías Rocha, Marozau e Pedro Moreira

Treinador: Francisco Matos (por castigo de Daniel Sousa)

FC Porto: Diogo Costa; João Mário (Gonçalo Borges, 68′), Fábio Cardoso, Pepe, Wendell; Nico González (Iván Jaime, 77′), Alan Varela (Eustáquio, 42′); Francisco Conceição, Pepê, Galeno (Taremi, 68′) e Evanilson (Toni Martínez, 77′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Otávio, Grujic e André Franco

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Rafa Mújica (1′), Evanilson (8′, g.p.), Cristo González (30′, g.p.), Jason (61′) e Francisco Conceição (86′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pedro Santos (39′), Jason (63′), Fábio Cardoso (69′ e 90+5′), Uri Busquets (74′), Wendell (88′) e Francisco Conceição (88′); cartão vermelho por acumulação a Fábio Cardoso (90+5′)

A confiança que se notava entre as hostes azuis e brancas esbarrou com uma realidade que não poupou em nada a equipa visitante em menos de um minuto (41 segundos, de forma mais precisa). Numa grande jogada coletiva com tanta simplicidade como qualidade no passe a encontrar espaço e unidade em melhor posição na frente, o Arouca colocou a bola na direita em Cristo González que voltou a ter um cruzamento tenso que todos os grandes avançados procuram durante um encontro para o desvio de cabeça de Rafa Mújica sem hipóteses para Diogo Costa, naquele que foi o 13.º golo do espanhol na Liga com quatro jornadas seguidas sempre a marcar. Pior entrada era impossível mas foi aí que o FC Porto teve o mérito de reagir como se nada tivesse acontecido, aproveitando depois um erro de Robson Bambu a cometer falta sobre Evanilson na área para chegar ao empate com o 19.º golo do brasileiro a chegar de grande penalidade (9′). Em menos de dez minutos, dois golos e tudo na “estaca zero” entre dois conjuntos em grande momento de forma.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Arouca-FC Porto em vídeo]

Se a desvantagem prematura poderia ser um foco de abalo na confiança portista, a reação até reforçou esse mesmo estado de espírito, com o jogo ofensivo a conseguir criar desequilíbrios que geravam depois remates com perigo. Foi assim que, num lance a partir da esquerda, Galeno arriscou a meia distância para grande defesa de Arruabarrena para canto (15′). Foi assim que, em mais uma jogada em que os laterais deram a profundidade necessidade aos azuis e brancos, João Mário apareceu ao segundo poste na direita após cruzamento de Galeno mas acabou por falhar o remate (23′). Foi assim que, numa boa iniciativa individual desde o meio-campo, Nico González foi a zonas próximas da área atirar com perigo ao lado (27′). O jogo estava inclinado para o meio-campo do Arouca, o jogo voltou a ter golos na baliza do FC Porto: Cristo González voltou a ganhar espaço pela direita, Pepe cortou o remate de Jason com o braço e o mesmo Cristo González não desperdiçou o penálti para recolocar os visitados de novo na frente do marcador (30′).

Contra a corrente do jogo, o dragão que mostrava fogo via esse rasgo apagado. Evanilson ainda conseguiu marcar num lance anulado por fora de jogo (34′) mas até ao intervalo, que chegou já com Alan Varela a ter de sair por lesão, foi o Arouca a aproveitar melhor as transições rápidas do que o FC Porto a voltar a ter o ritmo forte no plano ofensivo para chegar de novo ao empate. Com isso, e em quatro remates feitos nos 15 minutos finais da primeira parte contra nenhum dos azuis e brancos, os arouquenses voltaram a ficar perto do golo numa tentativa de Rafa Mújica que desviou em Fábio Cardoso e passou a rasar o poste da baliza de Diogo Costa (37′). Sérgio Conceição levava mais notas do que gostaria para o período de descanso, com as falhas na ocupação de espaços em transições defensivas a ser o principal calcanhar de Aquiles da equipa.

Apesar desses problemas, o técnico portista optou por corrigir posicionamentos e não jogadores pelo menos nos minutos iniciais do segundo tempo. Em grande parte, nesse problema em específico, o FC Porto teve o mérito de travar de outra forma as saídas do Arouca, que começaram a ser menores em quantidade mas também em qualidade. No entanto, faltava ainda aos dragões recuperarem a dinâmica ofensiva que tinham apresentado no arranque da partida pela qualidade com que os visitados tapavam todos os espaços no corredor central e conseguiam controlar o jogo pelas laterais. Ainda assim, Arruabarrena evitou por duas ocaisões o empate num remate cruzado de Francisco Conceição na área e depois numa “bomba” de Nico González sozinho na área (50′). Os minutos passavam, as dificuldades portistas adensavam-se e os erros defensivos acabaram por piorar a situação: depois de um remate de Rafa Mújica defendido por Diogo Costa após uma descoordenação ente Fábio Cardoso e Wendell (58′), David Simão marcou rápido um livre na profundidade para Jason e o espanhol “dançou” à frente de Fábio Cardoso antes de marcar o 3-1 (61′).

O plano A tinha falido de vez, o plano B estava a caminho. Uns minutos depois, e numa alteração que ia arriscando mais, Sérgio Conceição abdicou de João Mário e Galeno para as entradas de Gonçalo Borges e Taremi, recuperando o 4x4x2 com Pepê como lateral direito, Taremi ao lado de Evanilson e dois alas bem abertos. Efeitos práticos, poucos ou nenhuns. Seguiu-se a alínea 2 do plano B, com Iván Jaime a ocupar a vaga de Nico González no meio-campo e Toni Martínez a render o esgotado Evanilson. Efeitos práticos, poucos ou nenhuns. Iván Jaime ainda teve um remate prensado que saiu a rasar o poste (78′) mas pedia-se mais a um candidato ao título que tinha uma margem de risco bem menor e que começava a ouvir o habitual “Palhaços, joguem à bola” das bancadas. Na sequência de um lançamento lateral com desvio de Fábio Cardoso ao primeiro poste, Francisco Conceição ainda reduziu mas os portistas não evitaram a derrota (86′), tendo ainda perdido Fábio Cardoso nos descontos com segundo amarelo após mais uma falta imprudente.

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