Ao contrário do que é normal num clube como o Bayern, onde a estabilidade é (ou devia ser) uma palavra de ordem para tudo, o último verão e até a recente janela de inverno foram bem mais movimentados a nível de transferências. Nas saídas, deixaram o clube nomes como Lucas Hernández, Sadio Mané, Benjamin Pavard, Ryan Gravenberch, Marcel Sabitzer, Yan Sommer ou Daley Blind. Nas entradas, chegaram novas figuras de peso como Harry Kane, Min-jae Kim, Sacha Boey, Bryan Zaragoza, Eric Dier, Raphael Guerreiro ou Konrad Laimer. Ideia? Espantar os últimos tempos marcados pelos casos e casinhos para retomar o nível desportivo que coloca o conjunto de Munique como crónico candidato a todos os títulos. E não está a correr bem.

Bayern, provavelmente o melhor clube do mundo. Provavelmente não, de certeza. E tem muito a ensinar aos outros

A última temporada, marcada por uma dispensar surpreendente de Julian Nagelsmann para a contratação de Thomas Tuchel, teve um pouco de tudo entre maus resultados, clivagens internas entre dirigentes, rescisões que foram apresentadas após jogos decisivos e até cenas de pugilato no balneário. No entanto, e quando se olha agora para o resumo, sobrou a 11.ª vitória consecutiva na Bundesliga. Foi uma “surpresa”, tendo em conta que chegou no minuto 90 da última jornada e porque o B. Dortmund não foi além de um empate em casa com o Mainz, mas foi – e no final é isso que conta. Foi mais não ficou em nada como lição.

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Depois da derrota logo a abrir a época de 2023/24 na Supertaça frente ao RB Leipzig, num desaire de 3-0 que prolongou (pelo menos por mais um bocado) o jejum de títulos na carreira de Harry Kane, o Bayern “cumpriu” na Champions ao ganhar um grupo que tinha Copenhaga, Galatasaray e Manchester United mas foi eliminado da Taça com um desaire logo na segunda ronda com o modesto FC Saarbrücken. Agora, na última jornada, nova desilusão: deslocação a Leverkusen para discutir com o Bayer a liderança da Bundesliga e derrota pesada por 3-0 num encontro onde a equipa de Xabi Alonso foi sempre melhor. Voltaram a soar os alarmes na Baviera, com a posição de Thomas Tuchel em risco… e já com sucessores apontados.

Depois de ter recebido uma proposta do Al Shabab da Arábia Saudita na sequência da saída da Roma, José Mourinho foi apontado a um potencial regresso ao Chelsea e, mais tarde, ao Manchester United. Ainda houve algumas notícias vindas da Catalunha que falavam de uma tentativa de Jorge Mendes em colocar o técnico no Barcelona mas era na Premier League que se centravam os principais holofotes de um regresso ao ativo do técnico português. Agora, o antigo campeão europeu por FC Porto e Inter (curiosamente numa final frente ao Bayern, em 2010) está a ser falado como uma possibilidade para render Tuchel no Bayern.

A possibilidade pode ganhar outra forma confirmando-se uma informação avançada esta segunda-feira pelo Bild, que escreve que Mourinho já terá começado a aprender alemão para uma melhor comunicação com os jogadores e os responsáveis caso venha mesmo a receber um convite por parte dos bávaros. Ainda de acordo com a publicação, o português veria com bons olhos a possibilidade por dois pontos em específico que se poderiam tornar históricos: por um lado, e em caso de vitória na Liga pelo Bayern, Mourinho igualaria Carlo Ancelotti como únicos treinadores a ganharem cinco campeonatos europeus diferentes (sendo que o português juntaria a Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha a Primeira Liga nacional, ao passo que o italiano tem a Ligue 1); por outro, e em caso de triunfo na Champions, passaria a ser o único a ganhar a competição por três equipas diferentes, algo que ainda ninguém conseguiu fazer até hoje.

De recordar que José Mourinho, de 61 anos, conseguiu ganhar sempre títulos por onde passou à exceção do Tottenham, de onde acabou por sair a pouco tempo da final da Taça da Liga. Antes, somou seis títulos pelo FC Porto (entre os quais uma Taça UEFA e uma Champions), oito pelo Chelsea nas duas passagens que teve pelos londrinos, cinco pelo Inter em duas temporadas (com mais uma Champions), três pelo Real Madrid, três pelo Manchester United (com uma Liga Europa) e um pela Roma, a Liga Conferência. Na última época, e pela primeira vez na carreira, o português perdeu uma final europeia com o Sevilha, na Liga Europa.