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Neres foi a voz de quem preferiu ficar em silêncio (a crónica do Benfica-Vizela)

Benfica teve primeira parte demolidora contra o Vizela e deu-se ao luxo de descansar na segunda sem deixar fugir a goleada (6-1). Neres voltou à titularidade, bisou e ainda fez duas assistências.

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O avançado brasileiro marcou dois golos e fez duas assistências ainda na primeira parte

AFP via Getty Images

O avançado brasileiro marcou dois golos e fez duas assistências ainda na primeira parte

AFP via Getty Images

O jogo contra o Toulouse, na passada quinta-feira e a contar para o playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, não teve o efeito de trampolim que o Benfica pretendia. Depois do empate em Guimarães, desperdiçada a liderança à condição devido à jornada que o Sporting tem atraso, os encarnados pretendiam uma noite europeia convincente que servisse de gasolina para as próximas semanas. Mas não conseguiram.

Contra os franceses, na Luz, o Benfica venceu com duas grandes penalidades, com um golo sofrido com muitos erros defensivos à mistura e com Roger Schmidt a ouvir assobios nos momentos em que tirou Álvaro Carreras e Arthur Cabral. No fim, a vantagem na eliminatória foi alcançada: mas os milhares de adeptos que encheram as bancadas do estádio foram para casa com uma sensação agridoce e a ideia clara de que a exibição tinha ficado muito abaixo do expectável.

Ficha de jogo

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Benfica-Vizela, 6-1

22.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)

Benfica: Trubin, Alexander Bah, Tomás Araújo, Otamendi, Morato, João Neves (Fredrik Aursnes, 66′), João Mário, David Neres (Benjamín Rollheiser, 89′), Rafa (Di María, 45′), Tiago Gouveia (Álvaro Carreras, 89′), Tengstedt (Marcos Leonardo, 76′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, António Silva, Arthur Cabral, Gianluca Prestianni

Treinador: Roger Schmidt

Vizela: Francesco Ruberto (Fabijan Buntić, 25′), Tomás Silva, Jota Gonçalves, Anderson, Orest Lebedenko, Bruno Costa (Osama Rashid, 85′), Diogo Nascimento, Domingos Quina (Alberto Soro, 62′), Abdul Awudu (Aleksandar Busnić, 45′), Samuel Essende, Matheus Pereira

Suplentes não utilizados: Nikola Bursac, Rodrigo Escoval, Alex Méndez, Amadou Ba-Sy, Dylan Saint-Louis

Treinador: Rúben de la Barrera

Golos: David Neres (16′ e 45+1′), Otamendi (25′), Tiago Gouveia (30′), Rafa (45+4′), Samuel Essende (48′), Marcos Leonardo (88′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Costa (40′), a Anderson (52′), a Samuel Essende (59′), a Aleksandar Busnić (73′)

Roger Schmidt decidiu não fazer a conferência de imprensa de antevisão à receção deste domingo ao Vizela, alegando a proximidade entre as declarações pós-Toulouse e a jornada do Campeonato, e a única comunicação dos encarnados surgiu através de um aparente recado de Luisão. “Não queiram distorcer essa imagem. Para bom entendedor meia palavra basta! Benfiquista, o foco é no Vizela! Boa noite a todos!”, escreveu o antigo central e atual diretor técnico, numa legenda a uma imagem sobre a diferença entre um chefe e um líder.

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Ora, era neste contexto que o Benfica recebia o Vizela — já depois de o FC Porto vencer o Estrela da Amadora no Dragão e antes de o Sporting visitar o Moreirense. Sem os castigados Kökçü e Florentino, Roger Schmidt fazia uma autêntica revolução no onze e deixava António Silva, Aursnes, Di María e Arthur Cabral no banco, apostando na titularidade de Tomás Araújo, Tiago Gouveia e Tengstedt e colocando João Mário com João Neves no meio-campo. Do outro lado, numa equipa vinda de uma vitória mas afundada no último lugar do Campeonato, Rúben de la Barrera tinha Samuel Essende, Domingos Quina e Awudu no tridente ofensivo.

A primeira parte foi de absoluto e total sentido único e deixou o jogo desde logo decidido. O Benfica entrou a controlar, ainda que no quarto de hora inicial não tenha conseguido transformar a posse de bola em situações de perigo, e depressa se percebeu que o Vizela só iria arriscar através do futebol direto ou de transições a explorar a profundidade. Qualquer tipo de estratégia que os minhoto tivessem levado para a Luz, porém, começou a ruir ainda muito cedo.

Na sequência de vários erros defensivos, com Ruberto e Lebedenko em evidência pela negativa, João Neves ganhou a bola em zona elevada, Tengstedt apareceu a cruzar na área e Neres, à segunda e após permitir uma primeira defesa do guarda-redes, abriu o marcador (16′). Rúben de la Barrera foi forçado a realizar a primeira substituição pouco depois, com o guarda-redes Ruberto a lesionar-se na zona abdominal e a dar o lugar a Buntić, e o croata sofreu um golo no primeiro lance em que participou.

Canto estudado do Benfica na esquerda, com Neres a cruzar para o segundo poste e Otamendi, vindo de trás e saltando mais alto do que todos os outros, a aparecer a cabecear para aumentar a vantagem (25′). Cinco minutos depois, o terceiro golo: contra-ataque rápido dos encarnados, com Rafa a conduzir descaído na direita e a isolar Tengstedt, que atirou à trave à saída do guarda-redes; na recarga, Tiago Gouveia não falhou (30′). À meia-hora, o Vizela já tinha sofrido três golos e ainda nem sequer tinha tocado na bola no último terço do adversário.

Buntić ainda evitou o golo de calcanhar de Tengstedt (34′), Rafa marcou mas o lance foi anulado por fora de jogo (37′) e a goleada ficou carimbada já nos descontos, com Neres a bisar depois de mais uma arrancada de Rafa (45+1′). Instantes depois, foi a vez de o próprio Rafa capitalizar uma das próprias transições, acelerando quase sem oposição rumo à área para atirar certeiro à saída do guarda-redes (45+4′). Ao intervalo, o Benfica estava a demolir o Vizela e a responder da melhor maneira à exibição pouco conseguida contra o Toulouse, registando a melhor primeira parte de todo o Campeonato.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Vizela:]

Roger Schmidt começou a gerir (ainda mais) no início da segunda parte, retirando Rafa para lançar Di María, enquanto que Rúben de la Barrera trocou Awudu por Aleksandar Busnić. E logo nos instantes iniciais, ao contrário do que seria de esperar, o Vizela marcou e reduziu: Trubin cometeu um erro ao acertar em Matheus Pereira quando tentava bater longo, a bola sobrou para Samuel Essende e o avançado, ainda permitindo a defesa do guarda-redes na primeira tentativa, atirou certeiro na recarga (48′).

O tempo ia passando e ficava claro que o Benfica não pretendia propriamente continuar com o pé no acelerador, preferindo gerir a confortável vantagem e explorar essencialmente os lances de transição rápida e o espaço que o Vizela deixava livre nas costas da defesa. Rúben de la Barrera voltou a mexer à passagem da hora de jogo, trocando um apagado Domingos Quina por Alberto Soro, e Schmidt respondeu com a entrada de Aursnes para o lugar de João Neves.

O Vizela teve uma oportunidade crucial para reduzir novamente a desvantagem, com Morato a cometer grande penalidade sobre Tomás Silva, mas Samuel Essende permitiu a defesa de Trubin e desperdiçou o penálti (71′). Tomás Araújo poderia ter marcado logo depois, com um cabeceamento por cima na sequência de um livre (74′), Schmidt ainda teve tempo para lançar Marcos Leonardo, Rollheiser e Álvaro Carreras e o brasileiro fechou a goleada ao encostar depois de mais uma assistência de Neres (89′).

Já pouco aconteceu até ao fim e, apesar da quebra de rendimento que se intensificou ao longo de toda a segunda parte, o primeiro tempo demolidor chegou e sobrou para carimbar a vitória: o Benfica goleou o Vizela na Luz e saltou novamente para a liderança provisória do Campeonato, já que o Sporting só entra em campo na segunda-feira. Numa semana em que Roger Schmidt preferiu o silêncio, David Neres foi a voz que voltou à titularidade quatro meses depois, marcou dois golos e fez duas assistências.

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