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A arte chegou à Ala Álvaro Siza em Serralves, "o lugar com mais obras do Pritzker no mesmo espaço"

O novo edifício assinado pelo arquiteto na Fundação de Serralves recebe agora as exposições inaugurais. Arte contemporânea, a "Coleção Álvaro Siza, Arquivo" e, neste sábado, com entrada livre.

com a Ala Álvaro Siza, o museu ganha, “a partir de agora, um piso dedicado à arquitetura e ao conhecimento da arquitetura”, como notou a presidente do Conselho de Administração de Serralves, Ana Pinho
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com a Ala Álvaro Siza, o museu ganha, “a partir de agora, um piso dedicado à arquitetura e ao conhecimento da arquitetura”, como notou a presidente do Conselho de Administração de Serralves, Ana Pinho

IGOR MARTINS / OBSERVADOR

com a Ala Álvaro Siza, o museu ganha, “a partir de agora, um piso dedicado à arquitetura e ao conhecimento da arquitetura”, como notou a presidente do Conselho de Administração de Serralves, Ana Pinho

IGOR MARTINS / OBSERVADOR

A ligação entre o arquiteto Álvaro Siza Vieira e a Fundação de Serralves, no Porto, já leva mais de três décadas e continua a ser reforçada. Prova disso é a criação de um novo edifício, ligado ao Museu de Arte Contemporânea original, que conta, mais uma vez, com a assinatura do primeiro português a conquistar o Pritzker, o mais reputado prémio de arquitetura mundial. A Ala Álvaro Siza — assim batizada pela Fundação, em jeito de homenagem — foi inaugurada em outubro, despida de obras de arte, e despida continuou durante meses, para que os visitantes pudessem admirá-la na sua plenitude. Mas chegou a hora de acolher as primeiras peças.

“A intenção de qualquer arquiteto, ao fazer um museu, é que haja exposições”, afirmou Siza, nesta quinta-feira, aos jornalistas, portugueses e estrangeiros, que responderam à chamada para ouvir o “mestre”. O pretexto? A apresentação das exposições inaugurais da referida Ala, uma delas dedicada à obra daquele arquiteto de fama mundial, com 90 anos celebrados em junho. São duas, e ficam acessíveis ao público no próximo sábado, dia de festa em Serralves: há entrada livre e uma série de atividades .

Lá iremos. Primeiro, há que conhecer melhor o novo edifício, que funciona como extensão do museu preexistente e amplia em quase 50% a sua capacidade expositiva, além de ser um “belíssimo projeto de Álvaro Siza, que alguns consideram uma verdadeira obra de arte”. Palavras de Ana Pinho, presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves, que se inclui nesse grupo de assumidos admiradores.

A Ala Álvaro Siza permite exibir a Coleção de Serralves em permanência, em exposições que se vão sucedendo — ou não fosse composta por mais de mil peças, de autores nacionais e internacionais

IGOR MARTINS / OBSERVADOR

“Tenho a esperança de ter respondido, de forma apropriada, ao programa que me foi indicado [por Serralves], e, já agora, de não ter molestado o parque e as árvores classificadas, que quase me fizeram o favor de desenhar o projeto. As árvores que espreitam pelas poucas, mas intencionais, janelas”, referiu, por seu lado, Siza. Aqui e ali, surgem rasgos nas paredes que deixam ver a natureza exterior, e se são escassos é para melhor preservar as obras de arte. Conclusão: “Foram apenas deslocadas julgo que seis árvores. Portanto, o parque não sofreu”.

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Já Ana Pinho sublinhou “o contributo absolutamente fundamental” do arquiteto para o que é Serralves, hoje: “A Fundação de Serralves é o lugar do mundo onde se concentram mais edifícios da autoria de Álvaro Siza no mesmo espaço”. Recorde-se que à construção do Museu de Arte Contemporânea, em 1999, seguiram-se a criação da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, em 2019, e, em 2021, a recuperação da Casa de Serralves e a construção da Casa dos Jardineiros, não se esgotando nesses projetos a colaboração entre as duas partes. A recém-apresentada Ala é apenas o mais recente.

O corpo, a natureza e as casas construídas

A Ala Álvaro Siza permite exibir a Coleção de Serralves em permanência, em exposições que se vão sucedendo — ou não fosse composta por mais de mil peças, de autores nacionais e internacionais. A primeira tem como título Anagramas improváveis e reúne obras de artistas portugueses e estrangeiros, de diferentes gerações, que dialogam entre si ao longo de várias salas, tirando partido da arquitetura do lugar. O diretor do Museu, Philippe Vergne, é um dos curadores da exposição, juntamente com Marta Almeida, Isabel Braga, Ricardo Nicolau, Joana Valsassina e Inês Grosso.

“A intenção de qualquer arquiteto, ao fazer um museu, é que haja exposições”, afirmou Siza, nesta quinta-feira, aos jornalistas

IGOR MARTINS / OBSERVADOR

O corpo, como expressão de resistência, entidade política, está muito presente naquela mostra, como frisou Inês Grosso. Exemplo disso são as obras de Juliana Huxtable, que se expõe diante da câmara, com adereços, numa crítica à “exploração das mulheres e da natureza”, designadamente, através da agricultura industrial. Logo a seguir, surgem obras de Lourdes Castro e obtém-se “uma visão mais idílica, romântica, da natureza”. Entre os artistas representados contam-se criadores relativamente jovens, lado a lado com outros tidos como históricos, caso de Paula Rego, Julião Sarmento, Cabrita ou Lothar Baumgarten.

Acresce que, com a Ala Álvaro Siza, o museu ganha, “a partir de agora, um piso dedicado à arquitetura e ao conhecimento da arquitetura”, como notou Ana Pinho. E aqui entra a segunda exposição a inaugurar no próximo sábado, dedicada, justamente, à “extraordinária e extensa obra” do primeiro Pritzker português. C.A.S.A. — Coleção Álvaro Siza, Arquivo é como se chama essa mostra, assente no arquivo do próprio, parcialmente doado a Serralves, em 2015, com contributos, ainda, da irmã Teresa Siza e do arquiteto Carlos Castanheira.

“C.A.S.A. — Coleção Álvaro Siza, Arquivo” é a mostra assente no arquivo do próprio, parcialmente doado a Serralves, em 2015, com contributos, ainda, da irmã Teresa Siza e do arquiteto Carlos Castanheira

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A exposição de arquitetura está dividida em nove segmentos, tantos quanto as décadas de vida de Siza, e parte da ideia de casa nos seus múltiplos sentidos. Ali se faz referência às casas de cultura, de conhecimento, de fé, de lazer, de comércio, de trabalho, de família e do povo que marcam o percurso profissional do autor. Distribuídos por diferentes salas, consoantes os temas, encontramos esquissos, desenhos técnicos e maquetas de edifícios espalhados pelo país e pelo Mundo, desde habitações e igrejas até restaurantes, piscinas, bancos, escolas e, claro, museus.

Alguns projetos são facilmente reconhecíveis — é o caso de Serralves e da Igreja de Santa Maria, em Marco de Canaveses, duas das oito obras de Siza, em Portugal, candidatas a Património da Humanidade. Mas há muito mais para ver. Inclusive, notas pessoais, retratos do arquiteto e de familiares, alguns cadernos. E está a caminho uma escultura, com perto de dois metros, feita propositadamente para ali, em menos de uma semana. São muitas peças, e cheias de pormenores, pelo que se recomenda uma visita com tempo — ou várias. “Os desenhos de Siza estão sempre carregados de pequenos segredos”, alerta o curador, e também arquiteto, António Choupina. Agora é só ir, e apreciar. A Ala já se vestiu com arte.

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