Centenas de atletas de boccia sénior participam esta quarta-feira, em Paredes, numa prova da Fundação Inatel na qual os atletas, todos com mais de 60 anos, contaram que a modalidade significa bem-estar físico e mental.

“Além de desenvolver a parte motora, desenvolve a parte intelectual. Eles [atletas] têm de contar os pontos e têm de ser perspicazes na forma como atiram as bolas. Há aqui uma série de mecanismos que são ativados e que eles desenvolvem”, sinalizou Tânia Sousa, chefe de divisão do Desporto na Câmara de Felgueiras, concelho onde a modalidade conta com 200 praticantes.

Orlando Sousa, de 80 anos, de Paredes, um dos atletas mais velhos naquela prova, afirmou à Lusa: “Isto representa a amizade entre colegas. Há aqui atletas que já conheço há muitos anos. Enquanto eu puder, isto é para continuar”.

Com a mesma idade, Agostinho Leal, de Penafiel, aprecia o convívio, a amizade e o fair play entre as equipas, considerando o boccia o seu passatempo preferido.

“Dá-nos uma qualidade de vida melhor e torna as pessoas mais saudáveis”, acentuou, apontando para um grupo de adversários que estava a confraternizar no campo de jogos.

A competição contou com 48 equipas, de 15 concelhos, a maioria do distrito do Porto, zona do país onde aquela modalidade está mais desenvolvida, explicou à Lusa o diretor de desporto da Fundação Inatel, João Ribeiro.

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O projeto boccia, contou, começou em 2019, no Porto, com cinco municípios, mas houve uma quebra com a pandemia. A reativação ocorreu em 2022 e neste momento há 15 municípios na zona do Porto que são parceiros da Fundação Inatel.

O interesse nesta liga sénior, anotou ainda, tem crescido e “houve necessidade de alargar o quadro competitivo, para conseguir dar mais jogos a todos os jogadores”.

“Tem sido um enorme sucesso. Eles ficam muito contentes, gostam de competir e, sobretudo, dá-lhes a capacidade de estarem ativos”, reforçou o dirigente.

A fundação pretende este ano alargar o projeto a outras zonas do país, nomeadamente Lisboa, Alentejo e Leiria.

O objetivo é “conseguir abranger todo o território dentro de dois ou três anos, inclusive as ilhas”, disse.

A competição desta quarta-feira decorreu no pavilhão de Lordelo, no concelho de Paredes, hoje pintado com as bandeiras e as camisolas dos vários municípios, não faltando gaita de foles e tambores na abertura festiva.

Renato Almeida, vereador do Desporto naquela autarquia, destacou o crescimento da modalidade no concelho, envolvendo instituições de solidariedade social e juntas de freguesia.

“Todos os anos temos mais atletas a praticar boccia. Se há alturas em que dá gosto ser vereador do desporto, esta é uma delas, porque é motivo de satisfação ver tantos atletas a praticar”, assinalou à agência Lusa.

Com um papel diferente na competição, Deolinda Neves, de Felgueiras, é árbitra de boccia, modalidade que também pratica, mas sem poder competir nesta Liga Inatel por ter menos de 60 anos.

Sobre a responsabilidade de arbitrar os jogos, admitiu, sorrindo, que, por vezes, tem de tomar decisões difíceis, “quando os jogadores não cumprem as regras”.

*APM//JAP