O arranque do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tem sido uma autêntica novela. Entre a ida de Lewis Hamilton para a Ferrari em 2025, as acusações feitas a Christian Horner, o pai de Max Verstappen a defender a saída do team principal da Red Bull e muita imprensa especializada a falar sobre a possibilidade de o neerlandês seguir para a Mercedes, os carros continuam a andar — ainda que isso tenha parecido o menos importante.

Depois da previsível vitória de Max Verstappen no primeiro Grande Prémio do ano, no Bahrain, o circo da Fórmula 1 seguia para a Arábia Saudita no meio de todos os rumores, todas as polémicas e todas as notícias. E o novo rumor, a nova polémica e a nova notícia saiu mesmo este sábado: de acordo com a Motorsport, Helmut Marko está a ser investigado internamente pela Red Bull devido a suspeitas de que terá sido o responsável pela divulgação a elementos da FIA e jornalistas de dois emails com mensagens e fotografias trocadas entre Christian Horner e a funcionária da empresa que o acusou de “conduta inapropriada”.

A história continua: Red Bull suspendeu funcionária que acusou Christian Horner de “conduta imprópria”

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A bomba surge dias depois de, na sequência da absolvição de Christian Horner e da divulgação dos tais emails, a mesma funcionária ter sido suspensa pela Red Bull. Confrontado com a investigação, Helmut Marko confirmou e deixou no ar a hipótese de ser afastado das funções de conselheiro e diretor do programa de desenvolvimento de pilotos da marca austríaca. “É difícil julgar. Digamos assim: em última análise, serei eu a decidir o que faço. Mas essa possibilidade, teórica, existe”, referiu à BBC.

Ora, questionado sobre o caso, Max Verstappen sublinhou uma “lealdade muito grande” em relação a Helmut Marko. “Sempre disse a todos os elementos da equipa e a todos os altos responsáveis que ele é uma peça importante na minha tomada de decisões para o futuro e também para a equipa. É muito importante que ele se mantenha na equipa. Se um pilar tão importante cair, não será bom para a minha situação. Por isso, para mim, Helmut tem de ficar. De certeza”, afirmou o neerlandês, deixando claro que a saída de Christian Horner será sempre o seu cenário favorito.

Em Jeddah, de forma expectável, Verstappen carimbou a segunda pole-position da temporada, seguido de Charles Leclerc, Sergio Pérez, Fernando Alonso e Oscar Piastri. Carlos Sainz, operado de urgência a uma apendicite, era substituído no Ferrari por Oliver Bearman, jovem britânico de 18 anos que está a correr na Fórmula 1 e que arrancava em 11.º. Na largada no circuito saudita, Verstappen segurou a liderança, Leclerc perdeu e recuperou o segundo lugar, mas Pérez não chegou a demorar cinco voltas a ultrapassar mesmo o monegasco. Pelo meio, nesta fase inicial, Pierre Gasly acabou por abandonar devido a um problema na caixa de velocidades do Alpine.

Tudo travou à sétima volta, quando Lance Stroll levou o Aston Martin contra as barreiras, deixou a corrida e a abriu a porta a entrada do safety car. Quase todos os pilotos aproveitaram para mudar de pneus, com Lando Norris a assumir a liderança temporariamente por ter sido dos poucos que não recorreram à box, mas Verstappen recuperou o primeiro lugar logo após o fim da velocidade limitada. Nesta fase, Pérez foi penalizado em cinco segundos por unsafe release, ou seja, por ter arrancado no pitlane de forma potencialmente perigosa.

A meio da corrida, Verstappen e Pérez construíam a dobradinha, sendo que o mexicano ainda tinha de cumprir a penalização, e Norris ia conseguindo manter-se no pódio, sendo que ainda não tinha parado e tinha Leclerc à perna. Hamilton e Piastri lutavam pelo quarto lugar, enquanto que o estreante Bearman estava já em nono. O monegasco da Ferrari não demorou até ultrapassar o britânico da McLaren, que praticamente não ofereceu resistência, e a prova ia avançando de forma bastante linear.

Hamilton parou a 14 voltas do fim, voltando à pista em nono, e Norris fez o mesmo logo a seguir, regressando uma posição acima do britânico — os dois mantinham a batalha, com Oliver Bearman logo ali à mercê de uma dupla ultrapassagem, mas a verdade é que o tempo ia passando e a classificação acabou por não mudar até à bandeira de xadrez.

No fim, sem nunca ter tido a vitória em causa, Max Verstappen ganhou na Arábia Saudita e carimbou dois triunfos nas duas primeiras corridas de uma temporada pela primeira vez na carreira. Mesmo com a penalização, Sergio Pérez não deixou fugir a dobradinha da Red Bull e Charles Leclerc deu o segundo pódio do ano à Ferrari e ainda registou a melhor volta do Grande Prémio. Seguiram-se Oscar Piastri, Fernando Alonso, George Russell, Oliver Bearman (que pontuou na estreia), Lando Norris, Lewis Hamilton e Nico Hulkenberg no top 10.