A Universidade de Évora assinou parcerias com oito unidades locais de saúde (ULS) no âmbito da estruturação de um possível curso de Medicina, com as bases para atividades de ensino, formação e intercâmbio de docentes e médicos.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a Universidade de Évora (UÉ) revelou que, na quarta-feira, assinou memorandos de entendimento com as quatro ULS alentejanas (Alentejo Central, Baixo Alentejo, Litoral Alentejano e Alto Alentejo) e as do Arco Ribeirinho (Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete), Almada-Seixal, Arrábida e Lezíria.

Trata-se de um “passo importante no processo de construção” do curso de Mestrado Integrado em Medicina na UÉ, assegurou a academia alentejana.

Ainda de acordo com o comunicado, a reitora da Universidade de Évora, Hermínia Vasconcelos Vilar, vincou a aposta da instituição “numa formação inovadora, de cariz internacional e virada para os desafios que se colocam hoje e que se colocarão cada vez mais à formação nesta área”.

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Os documentos com as ULS enquadram-se na estruturação do Mestrado Integrado em Medicina (licenciatura e mestrado) que a UÉ pretende submeter à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), frisou a academia.

E estabelecem, desta forma, “as bases entre as USL referidas para a realização de atividades nos domínios do ensino e da formação, tais como a realização de ensaios clínicos, estágios curriculares ou o intercâmbio de docentes e médicos”, acrescentou.

Contactada esta sexta-feira pela agência Lusa, a reitora da UÉ destacou que os acordos com as oito ULS são “essenciais para assegurar a parte de estágios dos futuros estudantes de Medicina” da academia, caso o curso venha a ser uma realidade.

“Obviamente, é um curso que irá estar, esperamos todos, sediado na Universidade de Évora, que realmente corresponde a um anseio de vários protagonistas do território que acham que Medicina vem complementar outras formações que já temos na área da Saúde e que será uma alavancagem importante para um ‘cluster’ nesta área”, reconheceu.

Mas, segundo Hermínia Vasconcelos Vilar, “quando se pensa num curso de Medicina não se pensa num curso que se abre apenas para um território”, já que “o horizonte tem que ser mais vasto”.

“Temos um horizonte internacional de formação e é por isso que queremos que este Mestrado Integrado em Medicina tenha parcerias internacionais, como também capacidade de atrair pessoas, estudantes e docentes, de diferentes geografias”, afirmou.

Sem dar ainda como certa a criação do curso, a reitora, citada no comunicado, insistiu que “o território está unido nesta aposta”, pelo que acredita que será “um projeto vencedor”.

Um grupo de trabalho, liderado por Lino Patrício, tem estado a estruturar esta formação em Medicina, tendo a reitora manifestado confiança de que o curso será “inovador não apenas para Portugal, mas ao nível europeu e internacional”.

Já Lino Patrício, igualmente citado no comunicado, lembrou que está em construção o Hospital Central do Alentejo, em Évora, “que permitirá a criação de um hospital universitário na região”.

E, com o envolvimento das ULS, existem “cerca de 100 médicos que podem fazer parte do corpo docente” do curso de Medicina da UÉ, disse.