Orkun Kökçü chegou ao Benfica no verão passado, a troco de 25 milhões de euros que podem chegar aos 30 e tornando-se a contratação mais cara da história do futebol português, com o selo de qualidade de ser o capitão do Feyenoord e enquanto pedido expresso e personalizado de Roger Schmidt. Menos de um ano depois, porém, uma simples entrevista de Orkun Kökçü pode agitar o universo encarnado.
O médio turco falou com o De Telegraaf, jornal dos Países Baixos, e assumiu que está longe de atingir as expectativas que tinha quando viajou para Portugal — deixando grande parte da culpa e da responsabilidade para Roger Schmidt. “Desde o início, nunca senti que me davam a devida importância. Nem mesmo da parte do treinador. Não sou o tipo de pessoa que dá murros na mesa e faz exigências, mas talvez tenha sido modesto com o papel que me atribuiu. Vi a maneira como outros jogadores são reconhecidos em Portugal e nos outros clubes grandes e isso cria um certo estatuto”, começou por dizer.
Orkun Kökcü bij Benfica op ramkoers met coach Roger Schmidt: 'Geef me mijn eigen rol'https://t.co/ILoej67sVg
— Telesport Voetbal (@televoetbal) March 16, 2024
“Não era isto que eu esperava, de todo. No mercado de transferências do verão passado apareceram várias coisas, houve muitas conversas, mas fiz uma escolha consciente com o Benfica e com a ideia de que era o melhor passo na minha carreira, para me desenvolver ainda mais em todas as áreas. Mas a verdade é que isso aconteceu apenas em parte”, acrescentou o jogador de 23 anos, que leva três golos e 10 assistências em 34 jogos na atual temporada.
Mais à frente, Kökçü aborda o facto de ser muitas vezes utilizado enquanto médio mais recuado do Benfica, garantindo que aceitou funções que não lhe agradam e sublinhando que Roger Schmidt lhe tinha prometido algo completamente diferente. “Falei com ele antes de assinar e disse-me que ia ter uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, onde tinha liberdade para percorrer várias linhas em campo e jogava sempre para a frente. Mesmo que, para isso, tivesse de fugir a toda a defesa adversária. O próprio clube disse-me que ia ser um jogador importante internamente, o treinador não precisou de me dar grandes explicações sobre o que planeava fazer comigo”, continuou o internacional turco.
“Pareceu-me bastante lógico como deveria jogar no Benfica, até porque ele [Roger Schmidt] conhecia-me, viu-me jogar nos Países Baixos, viu que fiz bons jogos contra ele e saberia o que fazer com as minhas qualidades. Sou um tipo de jogador mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada passada, com o Feyenoord, estive melhor — até durante o Ramadão. Consigo encontrar soluções em campo, penso à frente, sou conhecido pelos meus passes em progressão. Mesmo nesta época, a estatística sublinha isso mesmo. Ainda posso significar muito mais para o Benfica, talvez seja aí que está uma parte da minha frustração”, indicou, acrescentando que fica “com raiva e dececionado” nas diversas vezes em que é substituído ou não chega a ser titular.