Orkun Kökçü chegou ao Benfica no verão passado, a troco de 25 milhões de euros que podem chegar aos 30 e tornando-se a contratação mais cara da história do futebol português, com o selo de qualidade de ser o capitão do Feyenoord e enquanto pedido expresso e personalizado de Roger Schmidt. Menos de um ano depois, porém, uma simples entrevista de Orkun Kökçü pode agitar o universo encarnado.

O médio turco falou com o De Telegraaf, jornal dos Países Baixos, e assumiu que está longe de atingir as expectativas que tinha quando viajou para Portugal — deixando grande parte da culpa e da responsabilidade para Roger Schmidt. “Desde o início, nunca senti que me davam a devida importância. Nem mesmo da parte do treinador. Não sou o tipo de pessoa que dá murros na mesa e faz exigências, mas talvez tenha sido modesto com o papel que me atribuiu. Vi a maneira como outros jogadores são reconhecidos em Portugal e nos outros clubes grandes e isso cria um certo estatuto”, começou por dizer.

“Não era isto que eu esperava, de todo. No mercado de transferências do verão passado apareceram várias coisas, houve muitas conversas, mas fiz uma escolha consciente com o Benfica e com a ideia de que era o melhor passo na minha carreira, para me desenvolver ainda mais em todas as áreas. Mas a verdade é que isso aconteceu apenas em parte”, acrescentou o jogador de 23 anos, que leva três golos e 10 assistências em 34 jogos na atual temporada.

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Mais à frente, Kökçü aborda o facto de ser muitas vezes utilizado enquanto médio mais recuado do Benfica, garantindo que aceitou funções que não lhe agradam e sublinhando que Roger Schmidt lhe tinha prometido algo completamente diferente. “Falei com ele antes de assinar e disse-me que ia ter uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, onde tinha liberdade para percorrer várias linhas em campo e jogava sempre para a frente. Mesmo que, para isso, tivesse de fugir a toda a defesa adversária. O próprio clube disse-me que ia ser um jogador importante internamente, o treinador não precisou de me dar grandes explicações sobre o que planeava fazer comigo”, continuou o internacional turco.

“Foi complicado adaptar-me. Quando custas tanto dinheiro tens de trazer isso para o campo.” Em dia de golo, Kökçü reconhece dificuldades

“Pareceu-me bastante lógico como deveria jogar no Benfica, até porque ele [Roger Schmidt] conhecia-me, viu-me jogar nos Países Baixos, viu que fiz bons jogos contra ele e saberia o que fazer com as minhas qualidades. Sou um tipo de jogador mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada passada, com o Feyenoord, estive melhor — até durante o Ramadão. Consigo encontrar soluções em campo, penso à frente, sou conhecido pelos meus passes em progressão. Mesmo nesta época, a estatística sublinha isso mesmo. Ainda posso significar muito mais para o Benfica, talvez seja aí que está uma parte da minha frustração”, indicou, acrescentando que fica “com raiva e dececionado” nas diversas vezes em que é substituído ou não chega a ser titular.

Nasceu em Haarlem, quer ser um globetrotter da bola e está a caminho da Luz: Orkun Kökçü será a maior transferência de sempre do Benfica