Mais de 61 milhões de turcos são este domingo, 31 de março, chamados às urnas para eleições autárquicas, com Istambul a concentrar todas as atenções, antevendo-se uma disputa acérrima entre o atual autarca social-democrata e o candidato do partido do Presidente Erdogan.

Uma eventual vitória da oposição em Istambul pode levar o país a uma direção diferente, desafiando a presidência de Erdogan e do partido AKP. Foi o próprio que em 2019 assumiu que “quem vencer Istambul, vence a Turquia”. 

Nesse ano, a vitória de Ekrem Imamoglu, do opositor Partido Republicano Popular (CHP, social-democrata), em Istambul foi um grande revés para o AKP, o partido conservador islâmico de Recep Tayyip Erdogan que governa a Turquia com maioria absoluta desde 2003. Imamoglu recandidata-se e assume que “trouxemos prosperidade a Istambul”, mas os cinco anos de oposição marcou-o como inimigo político de Erdogan que chegou a ser presidente da câmara da maior cidade turca.

O desafio de Erdogan é, agora, reconquistar a autarquia para o seu partido. Além disso, Imamoglu concorre sem o apoio partidária do nacionalista Iyi que em 2019 estava ao seu lado.

As sondagens colocam Imamoglu e o candidato do AKP, o ex-ministro Murat Kurum, taco a taco. E na capital Ankara é a oposição que lidera as sondagens.

O mapa autárquico pouco se alterou nas últimas duas décadas na Turquia, com o AKP a dominar o centro e o norte do país, enquanto o CHP prevalece na zona ocidental e mediterrânica.

Nas últimas eleições autárquicas, em 2019, o AKP ganhou 740 municípios contra 240 do seu rival político, mas mais do que estes números, o clima político é decidido pela vitória nos núcleos com maior população e peso económico, razão pela qual Erdogan tem centrado o seu discurso na reconquista de Istambul, cidade com 16 milhões de habitantes que é o motor financeiro, social e cultural da Turquia.

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