Mais de uma centena de assistentes operacionais da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo manifestaram-se esta terça-feira frente ao Hospital de Torres Novas (Santarém), no âmbito de uma greve de 24 horas para reivindicar a atualização da categoria profissional.

“O que levou à marcação desta greve, que passa sempre pela vontade dos trabalhadores, é um conjunto de reivindicações que os mesmos têm, nomeadamente questões de avaliação que estão em atraso e que impedem a progressão dos trabalhadores na tabela remuneratória”, disse à Lusa o dirigente sindical Rodrigo Rodrigues.

Os assistentes operacionais da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Rejo estão em greve desde as 00h00 e até às 23h59.

De acordo com estes profissionais, no recibo de vencimento não está ainda refletida qualquer atualização da categoria profissional e também não foi divulgada atempadamente a lista com os nomes dos trabalhadores que passam a integrar a carreira de técnico auxiliar de saúde (TAS).

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Segundo o responsável da delegação de Santarém do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, o decreto foi publicado em 22 de dezembro e as listas nominativas de transição para a carreira especial deveriam ter sido conhecidas até 15 de janeiro.

“Estamos a falar de uma quantidade muito grande de trabalhadores que auferem pouco mais que o salário mínimo nacional e que veem limitado um conjunto de situações, como a avaliação do biénio 2021-2022, que já deveria estar concluído e que poderia permitir a estes trabalhadores subir na posição remuneratória, nomeadamente através do acelerador de carreiras”, afirmou o dirigente.

Ainda de acordo com Rodrigo Rodrigues, as listas acabaram por ser divulgadas no mesmo dia em que saiu o pré-aviso de greve, “mas dizendo que era para resolver o problema lá para meados do ano”. “Os trabalhadores estão fartos desta situação, querem ver as suas situações regularizadas, e foi este o motivo que nos levou a convocar a greve”, salientou.

Rodrigo Rodrigues revelou ainda que a administração da ULS Médio Tejo recebeu esta terça-feira os trabalhadores, tendo ficado agendada nova reunião para 8 de maio.

Contactada pela Lusa, fonte do conselho de administração da ULS Médio Tejo disse ter ficado surpreendido com o protesto dos trabalhadores, adiantando que o sindicato “nunca encetou […]qualquer tentativa de diálogo sobre os temas da carteira de reivindicações que esta terça-feira levaram […] à greve” dos profissionais de saúde.

“No espírito do diálogo que caracteriza esta administração, os representantes sindicais dos trabalhadores foram recebidos pelo conselho de administração da ULS Médio Tejo esta manhã e foi prontamente agendada, para o próximo dia 8 de maio, pelas 10h30, uma reunião para concertação de posições e diálogo, como, aliás, já tinha ocorrido com estrutura homóloga sindical que representa esta mesma categoria de profissionais de saúde”, disse à Lusa a fonte.

A fonte acrescentou ainda que “a maioria das questões suscitadas no pré-aviso de greve encontra-se resolvida, ou em vias de resolução num curto espaço de tempo”, informação que foi transmitida ao sindicado e a todos os profissionais das carreiras em causa.

O sindicato adiantou que a greve registou uma adesão “na ordem dos 80% no período da noite” e de “cerca de 90% durante o dia”, na “média registada em Abrantes, Tomar e Torres Novas”, os três hospitais que integram a ULS Médio Tejo.

Já a ULS, questionada sobre os impactos da adesão à greve, indicou que durante o turno da manhã existiram “alguns constrangimentos na atividade programada, nomeadamente ao nível da atividade cirúrgica programada e na consulta externa”.