Um tribunal de recurso de Nova Iorque rejeitou esta quarta-feira o pedido do ex-presidente Donald Trump para a suspensão do julgamento sobre o uso de fundos de campanha para abafar casos extra conjugais, enquanto recorre de várias decisões pré-julgamento.

Trump tinha solicitado a suspensão antes do início da seleção do júri. Um único juiz do tribunal de recurso já tinha rejeitado um pedido de suspensão de emergência para interromper o julgamento.

Agora, um painel de cinco juízes do tribunal de recurso de nível médio do Estado de Nova Iorque rejeitou o pedido, que solicitava a suspensão do processo enquanto a defesa do republicano recorria de várias decisões pré-julgamento, incluindo a recusa do juiz de primeira instância em afastar-se do caso.

Trump está a ser julgado por 34 falsificações de documentos contabilísticos alegadamente utilizados para ocultar um pagamento de um escândalo sexual que terá ocorrido antes da campanha presidencial de 2016.

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Uma verba de 130.000 dólares (121.000 euros) terá sido paga à antiga estrela de filmes pornográficos Stormy Daniels para a silenciar acerca de uma relação sexual que terá acontecido em 2006, quando Trump já era casado com a sua mulher Melania. O antigo chefe de Estado norte-americano nega a relação.

O depoimento de testemunhas neste caso avançou esta quarta-feira, com três pessoas a prestarem depoimentos, incluindo o bancário Gary Farro, que começou a testemunhar no caso na semana passada.

Entre os chamados a depor depois dos advogados de defesa concluírem o interrogatório de Farro estavam o diretor executivo dos arquivos C-SPAN e Keith Davidson, um advogado que representou a ex-modelo da Playboy Karen McDougal e a atriz pornográfica Stormy Daniels em negociações sobre pagamentos em troca de silêncio.

O ex-presidente norte-americano e recandidato ao lugar foi também esta quarta-feira multado em 9.000 dólares (8.395 euros) por desrespeito ao tribunal e foi ameaçado pelo juiz com prisão por ter violado a proibição de atacar testemunhas e jurados.

O juiz Juan Merchan, que preside ao julgamento no tribunal de Nova Iorque, considerou que o ex-presidente dos Estados Unidos violou a chamada “ordem de silêncio” ao fazer várias declarações públicas na sua rede social, a Truth Social, e no ‘site’ da sua campanha para as presidenciais deste ano, nas quais atacou as testemunhas que participam no julgamento.

No início da audiência da manhã desta quarta-feira do julgamento, que entrou na terceira semana, o juiz multou Trump em mil dólares por cada infração — nove no total — o máximo permitido por lei.