A China lançou-se nesta sexta-feira numa missão histórica de quase dois meses para recolher rochas e solo do outro lado da lua, o primeiro país a realizar uma tentativa tão ambiciosa, informa a Reuters.

A sonda Chang’e-6, transportada no maior foguete da China, o Longa Marcha-5, tem a tarefa de pousar na Bacia do Pólo Sul-Aitken também denominada de “lado oculto” por ser a área da lua que está sempre voltada para o lado oposto da terra.

De acordo com o Expresso, a análise de “poeira e rochas lunares” já tinha sido conseguida pelos Estados Unidos da América, pela antiga União Soviética e pela China, “mas nunca do lado da Lua não visível a partir da Terra”.

“É um pouco misterioso para nós como a China conseguiu desenvolver um programa tão ambicioso e bem-sucedido em tão pouco tempo”, disse Pierre-Yves Meslin, pesquisador francês que trabalha num dos objetivos do projeto lunar Chang.

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O lançamento contou com presenças internacionais de cientistas, diplomatas e, de acordo com a Reuters, agências espaciais da França, Itália, Paquistão e da Agência Espacial Europeia.

Nenhuma organização dos EUA esteve envolvida por causa da lei que proíbe a China de qualquer colaboração com a NASA.

Em relação à missão em si, depois que a sonda se separar do foguete, levará entre quatro a cinco dias para chegar à orbita da lua. Pousará, no início de junho, ou umas semanas depois.

Segundo a Exame, o administrador da NASA, Bill Nelson declarou que se pretende evitar que a China tome para si o território da lua, que deveria ser para exploração de todos ,”É isso que queremos evitar”, disse. O país asiático espera pousar seres humanos na Lua até 2030.

Astronautas chineses regressam à Terra após seis meses na estação espacial

Existe o planeamento de uma estação permanente de pesquisa na lua, liderada pela China e pela Rússia, denominada de Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS). Wu Weiren, designer-chefe do Projeto de Exploração Lunar Chinês, falou na Conferência Espacial da China de 2024 no mês passado, e disse que um “modelo básico” do ILRS seria construído até 2035.

Esta missão é um ponto de viragem para a China, após os feitos da Chang’e-4, em 2018, que deu à China a sua primeira aterragem não tripulada na Lua, também no lado “oculto”. E em 2020, Chang’e-5 marcou a primeira vez que humanos recuperaram amostras lunares em 44 anos.