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O cabeça de lista do Chega às eleições regionais da Madeira, Miguel Castro, propôs esta segunda-feira incentivos para a população poder construir a sua casa a custos mais baixos, nomeadamente nos concelhos onde existe uma maior disponibilidade de terrenos públicos.

“Temos de, realmente, criar condições para que os madeirenses tenham maior acesso à habitação, habitação a preços justos e não a estes preços, a esta especulação, que foi crescendo também com o aval e com a conivência do Governo Regional. Temos de travar essa especulação que tem sido sempre crescente”, afirmou Miguel Castro, em declarações à agência Lusa.

O candidato do Chega falava à margem de uma conferência de imprensa do presidente do seu partido, André Ventura, na sede desta força política no Funchal, onde desenvolveram também uma ação de campanha, com uma tenda montada no Largo do Chafariz, com jovens com ‘t-shirts’ com o símbolo do partido estampado e a oferecerem brindes à população.

Para responder ao problema de acesso à habitação na Madeira, Miguel Castro sugeriu que o Governo Regional tem de “olhar para os concelhos onde existe uma maior disponibilidade de terrenos, nomeadamente no norte da ilha, que começa a ser despovoado”, adiantando que “há muitos terrenos que são públicos”, pelo que é “uma ótima oportunidade” para construir casas a preços acessíveis.

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“Achamos que tem de haver um investimento público por parte do Governo Regional, não só na construção, mas no acesso à construção”, explicou o cabeça de lista do Chega, referindo que, no passado, o executivo madeirense apoiava através dos materiais de construção, em que as pessoas podiam construir a sua própria casa, no caso de não terem poder económico para comprar habitação.

Reconhecendo que a política do PSD “já esteve bem há muitos anos na área de habitação”, Miguel Castro indicou que, “desde 2015 até agora, precisamente na altura em que Miguel Albuquerque assumiu o cargo de presidente do Governo Regional da Madeira, nada foi feito, senão agora, há meses, e com uma verba do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência, que disponibiliza fundos europeus]”.

“O Governo Regional desinvestiu completamente na habitação social na Madeira e nós achamos que, pelo menos nesta fase, para fazer face a esta falta gritante de habitação que existe, não só no país, mas também aqui na região, há que fazer novamente, há que investir novamente na habitação social e neste método de criar incentivos para a população poder construir a sua casa a custos mais baixos”, reforçou.

Em relação às declarações do cabeça de lista do PSD às legislativas da Madeira, Miguel Albuquerque, que acusa o Chega de não cumprir com a palavra e de “populismo de taberna”, Miguel Castro considerou que o social-democrata “está desesperado”, porque “sabe que o Chega sobe, cresce, e o PSD desce”.

As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.