O cabeça de lista do CDS-PP às eleições antecipadas de domingo na Madeira, José Manuel Rodrigues, defendeu esta segunda-feira o aumento dos apoios do Governo Regional ao futebol, vincando que o desporto é uma “forma de afirmar a Madeira”.

“Os clubes [de futebol], designadamente o Marítimo e o Nacional, estão a receber verbas inferiores às que recebiam há 30 anos, quer estejam na I Liga, quer estejam na II Liga”, disse, para depois explicar: “Ora, os custos, todos os custos, subiram. Não faz sentido que tenham descido as subvenções e que nem sequer tivessem sido atualizadas ao valor da inflação anual”.

José Manuel Rodrigues falava aos jornalistas junto à Cidade Desportiva do Clube Desportivo Nacional, no Funchal, onde a candidatura do CDS-PP esteve reunida esta segunda-feira com a direção para abordar questões relacionadas com o desporto na região autónoma.

Antes, os candidatos centristas tinham-se reunido com a direção do Club Sport Marítimo para tratar do mesmo assunto.

“O CDS defende uma revisão do plano de apoios ao desporto na Região Autónoma da Madeira”, declarou o cabeça de lista centrista, que felicitou o Nacional pela subida à I Liga Portuguesa de Futebol e deixou uma “palavra de alento” ao Marítimo, que permanece na II Liga.

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José Manuel Rodrigues, também presidente da Assembleia Legislativa regional, disse que esta proposta visa manter os clubes no “primeiro plano do futebol profissional”, sublinhando que “esta é uma questão que tem a ver com a governação regional”.

O Governo madeirense canaliza anualmente 12,5 milhões de euros para o desporto profissional, cabendo 875 mil euros ao Nacional e igual montante ao Marítimo, como clubes da II Liga, verba que aumenta para 1,750 milhões de euros por clube em caso de subida à I Liga.

“Com estas verbas, o Nacional vai estar no sobe e desce e o Marítimo também vai lutar para não descer de escalão”, considerou José Manuel Rodrigues, alertando que o desporto profissional da Madeira tem vindo a enfraquecer, não só no futebol, mas noutras modalidades.

Segundo o também líder regional do CDS-PP, “se houvesse a correção monetária dos valores que os clubes recebiam há 30 anos, falávamos de uma verba à volta de 3 milhões de euros [por clube na I Liga]”.

O cabeça de lista do CDS-PP reiterou, por outro lado, que o partido na Madeira foi competente na oposição e no Governo, vincando que o facto de ser a única força regional com experiência nos dois lados lhe garante “capital acumulado”.

“Por isso, podemos dizer que o voto no CDS é um voto seguro”, declarou, reafirmando que “não vai dar a mão ao PSD depois das eleições” e que “não fará coligação de governo com nenhum partido”.

Porém, admite “entendimentos parlamentares para viabilizar governos, aprovar orçamentos e depois discutir medida a medida as políticas públicas da região”.

As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.