O cabeça de lista do MPT – Partido da Terra às eleições regionais da Madeira comprometeu-se esta terça-feira a dialogar com sindicatos dos trabalhadores para assegurar contratos coletivos de trabalho e melhores ordenados e, consequentemente, melhores reformas.

“Toda a gente precisa de um contrato coletivo de trabalho, […] quem não tem contrato coletivo de trabalho está com problemas enormes e daí vem a pobreza. Somos uma das regiões mais pobres de Portugal devido também a não resolvermos grande parte desses problemas”, afirmou o líder madeirense do MPT, Valter Rodrigues, após uma ação de campanha junto ao Instituto de Emprego da Madeira, no Funchal.

Em declarações à agência Lusa, o cabeça de lista às eleições legislativas de domingo apresentou como exemplo uma camareira de hotel, com “um trabalho pesado”, em que “todos os dias tem de levantar colchões, roupas e tudo isso”, e defendeu que “devia ter um contrato de trabalho especializado, neste caso coletivo de trabalho”.

A pensar no valor das reformas, Valter Rodrigues realçou que as horas extras não contabilizam para esse efeito, porque o que conta é o ordenado base, e defendeu a necessidade de melhores salários.

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“Não podemos ter um contrato de trabalho que meta horas e seja um contrato, por exemplo, de 850 euros, que é o ordenado mínimo, porque o que conta é o ordenado base para a reforma e nós temos de ter ordenados superiores porque as pessoas quando vão para a reforma não é as horas que vai contar, mas sim o [valor] bruto que tem no contrato”, explicou.

A este propósito, o líder do MPT na Madeira disse querer dialogar com sindicatos dos trabalhadores, considerando que “não se estão a movimentar” para assegurar melhores salários.

“Temos de sentar-nos com esses sindicatos e dizer que eles têm de começar a lutar e o problema é que eles não estão a lutar”, afirmou, apontando como exemplo os sindicatos da hotelaria.

Ainda segundo o candidato, tem faltado proatividade por parte de quem representa os trabalhadores e há necessidade de “uma nova liderança ou um novo sindicato”.

Valter Rodrigues alertou ainda que os trabalhadores estão cada vez “mais pobres e não conseguem levantar a cabeça” e assumiu o compromisso do MPT de “dar a força a essas pessoas” para falarem também com os sindicatos.

Neste 10.º dia de campanha para as eleições regionais de domingo, o cabeça de lista do MPT reiterou que a sua candidatura está a ter “uma receção bastante boa” por parte dos madeirenses em geral, destacando os empresários por o partido conhecer a realidade que enfrentam, nomeadamente que “estão a pagar muitos impostos”.

“Seremos uma mais-valia na Assembleia Regional da Madeira para poder resolver grande parte dos problemas que temos na região, que tem de ser resolvidos. Não podemos fechar os olhos e esquecer essas pessoas, porque essas pessoas têm famílias”, declarou Valter Rodrigues.

As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.