A PSP recebeu nas últimas horas uma denúncia a dar conta de que Mohamed Amra, o homem mais procurado de França, teria passado uma noite na Estação da Gare do Oriente, em Lisboa, juntamente com a comunidade árabe sem-abrigo. A fuga de Amra, que foi notícia na última semana, aconteceu na sequência de uma emboscada a uma carrinha celular naquele país, que resultou na morte de dois guardas prisionais. Mas as autoridades não dão grande relevância a este suposto avistamento do fugitivo em território nacional.

Ao Observador, a Direção Nacional da PSP confirma que recebeu a denúncia, afirmando mesmo que “informação não parece muito verosímil”: “Da nossa parte não estamos a encarar como credível”, sem prejuízo de o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP estar a fazer “confirmação e diligências no sentido de infirmar ou não essa informação”. A denúncia, sabe o Observador, deu entrada através da Divisão de Investigação Criminal.

Quem é “a Mosca”, o recluso de 30 anos no centro de uma caça ao homem “sem precedentes” em França?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Uma outra fonte policial, ligada à investigação deste tipo de criminalidade mais violenta, explica mesmo ao Observador que não seria sequer expectável que um foragido “com este poder e capacidade financeira” se expusesse de uma forma tão clara, pernoitando junto a uma comunidade sem-abrigo, atestando assim a pouca credibilidade desta pista, que apontava o paradeiro deste foragido para a capital portuguesa.

Também segundo a mesma fonte, esta denúncia não passará, por isso, de “mais uma denúncia de avistamento, como inúmeras outras” que são feitas na sequência de notícias de desaparecimentos ou de pessoas procuradas pelas autoridades.

Mohamed Amra, conhecido como “a Mosca”, tinha sido condenado pelos crimes de roubo e associação criminosa em França. A fuga teve início há precisamente uma semana, após uma emboscada à carrinha onde seguia e na sequência da qual perderam a vida dois guardas prisionais franceses — outros três guardas prisionais gravemente feridos. Tal como o Observador noticiou na última semana, o ataque na portagem em Incarville, Eure, na região da Normândia, aconteceu quando o homem, considerado perigoso, estava a ser levado de Rouen para a prisão de Évreux.