Corria o ano de 1987 quando, ao serviço do Vasco da Gama, Romário conquistou o seu primeiro troféu no futebol profissional: o Campeonato Carioca. Seguiram-se mais 23 conquistas coletivas e 15 individuais, com particular destaque para o Campeonato do Mundo (1994), a Taça das Confederações (1997) e a Copa América (1989 e 1997) entre muitos títulos de melhor jogador e goleador. Em 2007, depois de passar, por clubes como o PSV, o Barcelona, o Valencia ou o Flamengo, o avançado terminou a carreira no Vasco da Gama. Ainda assim, em 2009 chegou a fazer uma partida pelo América do Rio de Janeiro.

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Porém, 15 anos depois, tudo mudou. Aos 58 anos, Romário anunciou no mês passado o regresso aos relvados, novamente pela mão do clube carioca, do qual é, atualmente, o… presidente. O contrato é válido por uma temporada e, nesse período, o craque brasileiro vai receber o salário mínimo. Na primeira partida após o regresso, disputada no fim de semana, Romário não saiu do banco frente ao Petrópolis (vitória por 2-0), a contar para a Segunda Divisão do Campeonato Carioca.

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“Havia uma possibilidade real de eu entrar. Conversei com o treinador, mas entendemos que, infelizmente, hoje não era o dia”, confessou Romário, em entrevista à agência EFE. Questionado sobre o futebol moderno, o avançado considera que “dentro de campo” o seu “sucesso seria maior porque hoje os jogadores são muito burros”. “Correm demais. Na minha altura o futebol também era físico, sempre foi assim, mas os jogadores eram muito mais técnicos e muito mais inteligentes”, confessou.

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“Os jogadores do Barcelona foram fantásticos e no banco estava o melhor treinador de todos os tempos na minha opinião, cujo nome era Johan Cruyff. Tenho a certeza de que hoje marcaria mais de 2.000 golos”, partilhou Romário, antes de recuar ao tempo em que era jogador profissional. “Sempre fui muito direto e tive um momento em que fui o melhor do mundo e o melhor nos lugares por onde passei. Era o responsável pela vitória e o responsável pela derrota”, afirmou o jogador agora regressado que nos últimos largos anos tem estado ligado à política no Brasil (e com particular sucesso, sendo eleito senador).

“Gostei muito de festejar. Hoje gosto um pouco menos porque também tenho menos tempo”. Para o jogador, atualmente as redes sociais iriam arruiná-lo porque não era capaz de “viver” de outra forma. “A globalização, a Internet, o Instagram, o Facebook, o Twitter… Essas m***** iriam arruinar-me, de certeza”.

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