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O cabeça de lista do PSD às eleições de domingo na Madeira, Miguel Albuquerque, garantiu nesta sexta-feira que não abandonará a liderança do executivo caso vença sem maioria absoluta, apesar de a oposição se recusar a negociar acordos consigo.

“Nem pensar”, disse Miguel Albuquerque, em declarações aos jornalistas no sítio da Barreira, nas zonas altas da freguesia de Santo António, no Funchal, onde apresentou o projeto para a construção de uma estrada que será executado se os sociais-democratas vencerem as eleições regionais antecipadas.

Eles queriam era ter um líder fraco, um líder perdedor no PSD para conversarem. Portanto, se eles dizem que não me querem, isso é um elogio para mim, porque eles são meus adversários políticos”, reforçou.

Salientando que “quem vai determinar o que se vai passar é o povo” e não “o Chega, nem o Partido Socialista, nem nenhum partido”, Miguel Albuquerque disse ser “obrigação dos partidos” e “um imperativo democrático” saber ler a vontade do povo que vai ficar expressa no escrutínio e na composição parlamentar”.

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O cabeça de lista social-democrata, também líder do partido na região e presidente demissionário do executivo PSD/CDS-PP, em gestão desde fevereiro, acrescentou que só será possível “chegar a conclusões e tomar as diligências” em função da leitura da vontade popular.

Miguel Albuquerque rejeitou, por outro lado, as acusações feitas pela oposição de colocar medo na população, nomeadamente durante o comício na quinta-feira, ao afirmar que a derrota do PSD significaria a “ingovernabilidade da região”.

“O que eu disse e volto a dizer é que os madeirenses e os porto-santenses têm que ter a consciência de que esta eleição é fundamental para garantir um governo estável para a Madeira e isso significa que isto não é um jogo de partidos”, esclareceu, adiantado que, face ao “crescimento económico ímpar” no arquipélago, “o pior que podia acontecer” era existir “ingovernabilidade ou contingências na governação”.

“As pessoas têm de saber que quando votam tem consequências. O voto não é algo que se faça de forma irresponsável. O voto deve ser consciente e eu disse com toda a humildade que as pessoas têm de escolher entre a estabilidade, o bom governo e o progresso, ou a instabilidade”, acrescentou.

O cabeça de lista do PSD reiterou, por outro lado, que “não teme” o processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, no qual foi constituído arguido, assegurando estar de “consciência tranquila”.

Quando ao facto de os partidos da oposição evocarem sobretudo aquele processo judicial para justificar a indisponibilidade para estabelecerem eventuais acordos consigo, Miguel Albuquerque respondeu que nunca precisou de “muletas”.

“Eu sempre estive isolado”, disse, garantindo sentir-se “muito bem isolado”.

“A minha função, enquanto líder partidário e líder do Governo, é fazer tudo o que é possível no sentido de garantir que a Madeira continua a prosperar e a ter o seu desenvolvimento integral”, acrescentou.

As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados (20 sociais-democratas e três centristas). O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.