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O cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) às eleições de domingo na Madeira, Edgar Silva, defendeu nesta sexta-feira a importância de serem eleitos “deputados úteis” para o parlamento regional, onde já existem muitos “serviçais aos grandes senhores” no arquipélago.

“A CDU, nesta fase final da campanha, está sobretudo empenhada, estamos comprometidos com uma ideia central que é a necessidade de se elegerem deputados úteis“, disse o candidato à agência Lusa no bairro da Nazaré, no Funchal.

Edgar Silva falava no âmbito do comício de encerramento da campanha eleitoral das regionais antecipadas, no tradicional espaço que escolhe nestas ocasiões, junto ao bar “Nazareno”, no maior bairro social da Madeira, onde se juntaram algumas dezenas de pessoas, sobretudo os apoiantes da candidatura que marcam presença em quase todas as iniciativas.

Com algumas bandeiras e ao fundo com a música de Zeca Afonso “Grândola, Vila Morena”, transmitida pelo carro da campanha, Edgar Silva considerou que “no parlamento [da Madeira] existem aos molhos deputados que estão sobretudo para servir os grandes senhorios desta terra”.

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“No parlamento existem aos magotes deputados que estão serviçais aos senhores do mando desta terra”, complementou.

Para o candidato, neste momento “o que faz falta são deputados úteis ao povo” e que possam ser “de facto os lutadores pelos direitos de quem trabalha, para serem a voz das justas reivindicações do povo”.

Edgar Silva insistiu que são este tipo de parlamentares que são necessários para “dar voz às demandas, às reivindicações por justiça social e a propostas que combatam as grandes desigualdades”.

Para o também coordenador regional da CDU, esta força política é a única que “dá essa garantia, de um compromisso inquebrantável na defesa daqueles que são os mais desfavorecidos, no dando voz a todos aqueles que têm fome e sede de justiça nesta terra”.

“Então, é esta voz que não só é necessário garantir, mas reforçar no parlamento. Esta necessidade de eleger deputados úteis é o que é preciso e é nesse sentido que estamos a insistir muito“, vincou o também deputado eleito.

Sobre a possibilidade de apoiar uma alternativa à esquerda na Assembleia Legislativa da Madeira após as eleições de domingo, respondeu: “só há deputados uma vez eleitos e só há deputados com votos”.

Concluiu que a candidatura está mobilizada para “conseguir cada voto na CDU, para eleger deputados úteis”, enfatizando que “sem votos não há deputados”.

Nas várias intervenções no comício, os candidatos salientaram que esta foi “uma campanha difícil”, que “a CDU é bem conhecida dos moradores do bairro da Nazaré” porque não está na luta pelas reivindicações apenas nas alturas das campanhas eleitorais.

“A força da razão está na sétima posição”, ouviu-se no comício, realçando qual o quadrado onde deve ser colocada a cruz no boletim de voto, além de que “cada voto conta”, porque a Madeira é um círculo único.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do governo regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.