A cabeça de lista do Reagir Incluir Reciclar (RIR) às eleições antecipadas na Madeira fez esta sexta-feira um balanço “muito positivo” da campanha nas ruas e criticou o plágio de propostas da candidatura por parte de outros partidos.

“O nosso balanço é muito positivo. Fizemos um contacto, sobretudo um contacto com as pessoas porta a porta. Andamos aí nos cafés, nas ruas, as pessoas já nos reconhecem. Vemos que o trabalho está a ser positivo, porque o RIR ainda estava um bocadinho à sombra do passado“, afirmou Liana Reis, no encerramento da campanha eleitoral no jardim municipal do Funchal, com a presença de cerca de 20 apoiantes e militantes do partido.

Em declarações à agência Lusa, a cabeça de lista lembrou que “o RIR tem uma coordenação há dois anos diferente”, referindo que o partido está “em franca mudança” e disse esperar “com expectativa, realmente, um aumento nos resultados” em termos de votos nas eleições regionais de domingo.

A representante regional do RIR na Madeira disse que “era ótimo” o partido conseguir eleger deputados no parlamento madeirense, “era a cereja no topo do bolo“, mas admitiu que é difícil, porque se prevê “muita dispersão de votos, com a insatisfação que há em relação ao Governo atual”.

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“As pessoas querem uma mudança, mas depois como existem outros partidos pequenos, penso que vai haver uma dispersão de votos e, se não fosse isso, sim, estava esperançosa. Assim, fico satisfeita com o aumento de votos. Ultrapassar a meta dos 700 é o nosso objetivo”, revelou Liana Reis.

Nas eleições regionais de setembro de 2023, o RIR conseguiu 727 votos (0,54%).

Ainda como balanço das duas semanas de apelo ao voto, a cabeça de lista do RIR criticou a campanha feita pelos “partidos do poder”.

“O que temos visto é um plágio autêntico do nosso programa eleitoral, em que o CDS plagiou as ideias que tínhamos já no programa do ano passado”, indicou, acusando ainda o BE de copiar uma ideia sobre a habitação relativamente aos prédios devolutos, para o aproveitamento dos mesmos.

Liana Reis teceu também críticas quanto ao cabeça de lista do PSD e atual presidente demissionário do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção, devido aos “comportamentos de arrogância e prepotência“.

“Isso não pode representar o povo madeirense, o que ouvimos na rua é mesmo isso. As pessoas querem a mudança em relação a Miguel Albuquerque”, sublinhou.

Quanto à possibilidade de os votos se concentrarem entre PS e PSD devido ao apelo ao voto útil, a candidata do RIR afastou a ideia, porque “tanto o PS como o PSD estão manchados com esta história da corrupção”, referindo que o cabeça de lista do PS, Paulo Cafôfo, “também não é uma pessoa credível”.

Recordando que o socialista “é um deputado que foi eleito para a Assembleia da República”, Liana Reis questionou a candidatura de Paulo Cafôfo ao parlamento regional, considerando que “ele devia de ser humilde e dar o seu lugar a outro candidato”.

Na reta final da campanha, o RIR passou pelo concelho de Ponta do Sol para alertar sobre o “turismo em massa, completamente desorganizado“, a que apelida mesmo de “selvagem”, porque as atitudes dos turistas “não são compatíveis com pessoas civilizadas”.

“Temos turistas acampados em tendas, em escarpas perigosas, que se aventuram em trilhos que não conhecem e, depois, temos de acionar equipas de resgate, trazendo custos para a região e não para eles”, apontou, sugerindo uma campanha de sensibilização para que não saiam sem guias ou que usem um dispositivo de localização, para facilitar o trabalho das equipas de resgate.

Eleições na Madeira. Mais de 254 mil inscritos para votar nas antecipadas à Assembleia Legislativa Regional

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.