O Partido da Terra (MPT) defende a necessidade de apostar mais na diplomacia e na educação para resolver o conflito na Ucrânia, e é favorável à eventual emissão conjunta de divida para financiar a defesa europeia.

Em resposta a um questionário enviado pela Agência Lusa aos partidos que concorrem às próximas eleições europeias, o cabeça de lista do partido considerou que “enviar tropas é juntar achas à fogueira”.

“Considerando outras análises, foco a minha opinião em duas vertentes: diplomacia e educação. Penso que não se tem feito o suficiente em termos de diplomacia, nomeadamente pelo envolvimento de Associações e Igrejas, especialmente Católica e Ortodoxa. A sensibilização para o valor da paz que passa pelas novas gerações tem sido pouca”, referiu Manuel Carreira.

O MPT apoiará uma eventual emissão conjunta de dívida para financiar a defesa europeia, área que entende “deverá ser sobretudo preventiva, pelo que se justifica o investimento conjunto”.

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O partido é favorável à expansão da UE “aos países de toda a ex-Jugoslávia, aproveitando a proximidade religiosa de índole cristã, não obstante as acentuadas diferenças culturais”, e acredita que a mesma será possível já em 2030 “se houver a continuidade dos esforços conjuntos que têm vindo a ser realizados”.

No questionário da Lusa, Manuel Carreira considera que seria benéfico para Portugal ter o antigo primeiro-ministro António Costa num cargo europeu, “não apenas por ser português, mas porque no seu ADN parece haver um carisma diplomático, indispensável para liderar.

O MPT considera que o fim da regra da unanimidade nas decisões da UE poderá “trazer um aumento da eficiência e da capacidade de resposta da União, apesar dos desafios de preservação da soberania nacional de todos os Estados-membros.

Na área da agricultura, o partido considera que o incentivo à agricultura sustentável, a adaptabilidade às mudanças climáticas e o apoio à inovação, modernização e juventude rural são medidas fundamentais da Política Agrícola Comum (PAC).

O MPT considera que as medidas que defende “trarão contributos significativos para resolver problemas específicos do setor agrícola em Portugal, promovendo uma agricultura mais sustentável, moderna e competitiva, ao mesmo tempo em que fortalecem a resiliência das comunidades rurais e incentivam a próxima geração de agricultores”.

O partido aposta na prudência no envolvimento da UE no conflito entre Israel e a Palestina, e defende “que a paz deste conflito deva ser mediada por força da ONU, procurando a estabilidade daquela zona geográfica”.

“A UE deve abordar a questão com um equilíbrio entre a promoção dos direitos humanos e a procura pela paz, considerando sanções alvo e outras medidas diplomáticas, que incentivem as negociações, sem colocar em causa possíveis danos desproporcionais na população civil ou colocar em causa as relações diplomáticas de longo prazo”, referiu Manuel Carreira.

Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, votação é no dia 9. Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses. Concorrem às eleições um total de 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.