O Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) da região de Leiria, que foi apresentado nesta terça-feira em Alvaiázere, conta com 481 operacionais, 109 viaturas e três meios aéreos na fase crítica, uma diminuição face 2023.

Nos meses de julho, agosto e setembro, o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria conta com um efetivo de 481 operacionais, 109 viaturas e três meios aéreos disponíveis, uma diminuição, comparando com 2023, quando estavam disponíveis 509 operacionais, 119 viaturas e três meios aéreos no período de maior empenhamento.

Destes 481 operacionais, 303 são dos bombeiros, 77 da Guarda Nacional Republicana, incluindo-se também a Unidade Especial de Proteção e Socorro, 77 sapadores florestais e 24 elementos da Polícia de Segurança Pública.

O nosso dispositivo é um pouco mais pequeno do que no ano passado, mas também reforçámos a nossa capacidade nas equipas de intervenção permanente. Diria que o nosso dispositivo permanente será idêntico”, adiantou à Lusa o comandante sub-regional de Leiria.

O comandante reconheceu as “dificuldades em recursos humanos e materiais”, apesar do “investimento dos últimos tempos em equipas de intervenção permanente e em veículos. Não vamos negar que a nossa grande prioridade tem de ser o capital humano dos agentes de proteção civil“, destacou.

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Carlos Guerra acrescentou que esse é um tema que não estará relacionado com a falta de voluntários ou de agentes da proteção civil, “mas com a sua [falta de] disponibilidade”.

Vamos a enfrentar os incêndios rurais com a máxima capacidade possível, sobretudo no ataque inicial, quer aéreo, quer terrestre. Essa é a nossa grande aposta”, precisou.

Os três helicópteros bombardeiro ligeiros estarão estacionados nos centros de meios aéreos de Alvados (Porto de Mós), Pombal e Figueiró dos Vinhos. O comando sub-regional prevê contar ainda com um meio aéreo pesado Kamov, que estará disponível no centro de meios aéreos de Pombal.

Os corpos de bombeiros de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós disponibilizam um total de 31 equipas de intervenção permanente, num total de 155 bombeiros e 31 viaturas.

Na apresentação do dispositivo, Carlos Guerra apontou como objetivos “aumentar a eficácia do ataque inicial aos incêndios nascentes, reduzir a área ardida e ao mínimo os reacendimentos, garantindo sempre a segurança, quer dos operacionais, quer dos cidadãos”.

O dispositivo para este ano é de “excelente qualidade e será a competência destes operacionais que se sobreporá à escassez dos recursos humanos“, que preocupam em determinadas situações.

Enumerando os meios tecnológicos que a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria tem colocado ao seu dispor, o comandante agradeceu a decisão dos municípios oferecerem um veículo a cada um dos 16 corpos de bombeiros dos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Batalha, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós

Carlos Guerra também, mostrou preocupação face à falta do ordenamento e limpeza florestais, “com o ordenamento florestal em termos de novas espécies daquilo que tem a ver com a capacidade de intervenção dos bombeiros e dos outros agentes de proteção civil na floresta”.

Segundo afirmou, os incêndios rurais são “o fator mais determinante da perda de valor da floresta, em consequência, quer do risco que introduzem no respetivo investimento, quer da degradação ambiental que induzem”.

O comandante considerou que não vale a pena estar preocupado com as condições meteorológicas, mas sim com a preparação dos operacionais. “Aí podemos dizer que fizemos o que era possível fazer. Preparámos, formámos, treinámos e capacitámos os nossos bombeiros com novos veículos e equipamentos. Fizemos uma preparação muito difícil para termos um combate fácil”, rematou.