Era a luta desigual entre uma bicampeã e uma estreante. No fim, o conto de fadas de uma não teve hipótese contra a realidade brilhante da outra: Iga Swiatek venceu Jasmine Paolini na final de Roland Garros (6-2, 6-1) e conquistou o Grand Slam francês pelo terceiro ano consecutivo e pela quarta vez de forma global.

A tenista polaca partia enquanto favorita contra a italiana, que nunca tinha disputado a final de um Grand Slam e que tem apenas um título WTA na carreira, e não chegou a permitir que a vitória estivesse em questão. Jasmine Paolini ainda chegou a ter vantagem no primeiro set, quebrando até um serviço, mas Iga Swiatek acelerou e encarrilou com uma série de 1o jogos seguidos conquistados e um aproveitamento exímio dos erros da adversária, demonstrando uma superioridade inequívoca ao longo de toda a partida.

Aos 23 anos, a polaca tem agora cinco Grand Slams, entre quatro Roland Garros e um US Open, e é a mais nova de sempre a alcançar tantos majors. Pelo meio, já se tornou das mais bem sucedidas de sempre em Paris: na era Open, só mesmo Steffi Graf e Chris Evert têm mais vitórias na terra batida francesa, com seis e sete, sendo que Iga Swiatek igualou os quatro de Justine Henin este sábado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A tenista começou por eliminar Leolia Jeanjean na primeira ronda, afastando depois Naomi Osaka, Marie Bouzková, Anastasia Potapova e Markéta Vondrousová antes de vencer Coco Gauff nas meias-finais. Com o triunfo deste sábado, Iga Swiatek não só fortaleceu a liderança do ranking WTA como adquiriu ainda mais ímpeto na antecâmara de Wimbledon, onde nunca ultrapassou os quartos de final.

Antes da final, a ideia de que a tenista estava mais do que confiante já tinha ficado patente na conferência de imprensa. Quando questionada sobre o quão confortável se sentia em terra batida, Swiatek limitou-se a encolher os ombros, a sorrir e a soltar um simples “muito”, provocando as gargalhadas de todos os jornalistas presentes na sala. Afinal, quem tinha razão era Mats Wilander, que ainda antes do início de Roland Garros tinha garantido que a única adversária à altura da polaca era ela própria.

“A única tenista que pode parar a Iga Swiatek é a Iga Swiatek. Existe a Iga que ninguém consegue travar, que até pode não jogar muito mais do que tu, mas não comete erros, não permite que chegues perto. É demasiado rápida, tem aquela direita com muito spin que te mantém afastado, como o Muhammad Ali fazia no boxe. Essa Iga é imbatível. Depois existe a outra Iga, a Iga gémea, que coloca demasiada pressão nela própria, que quer ser perfeita, que começa a pensar que não está a jogar o suficiente. A única tenista que pode parar a Iga Swiatek é a Iga Swiatek a querer perfeição desde o início do torneio. Acredito que pode jogar a 80% e continuar a ser a grande favorita”, disse o antigo tenista ao Observador. E acertou.

“Parabéns à Jasmine por um torneio incrível, estou muito impressionada e espero que tenha muito mais jogos em fases finais. Quero agradecer à minha equipa, à minha família, sem eles não estaria aqui. Não é fácil estar aqui durante tantas semanas ao mais alto nível, obrigada por me apoiarem e por estarem sempre ao meu lado. É ótimo estar aqui, adoro este sítio e espero o ano todo para estar aqui. Quase fui eliminada na segunda ronda, obrigada por me terem apoiado e por terem acreditado em mim, eu também tinha de acreditar que era possível”, indicou a polaca em pleno Court Philippe Chatrier, já depois de receber o troféu.