A Câmara da Maia já aprovou a declaração de utilidade pública que permite comprar e expropriar os terrenos destinados à construção do Corredor Verde do Leça no concelho, um projeto estimado em 10 milhões de euros, foi anunciado esta quarta-feira.

Num encontro com jornalistas, esta manhã, o presidente daquela autarquia do distrito do Porto, António Silva Tiago, pediu ao Governo que “assuma aquilo que o anterior Governo assumiu” e avance com a abertura de linhas de financiamento, através de fundos comunitários, para que o projeto, que terá um custo total a rondar os 10 milhões de euros no que diz respeito à parte da Maia, avance.

O Corredor Verde do Leça é um projeto ambiental e de mobilidade que inclui a valorização paisagística do rio e das suas margens, a construção percursos pedestres e cicláveis e novas pontes em estruturas metálicas para peões e bicicletas ao longo dos quatro concelhos que aquele rio atravessa, Matosinhos, onde se situa a foz do rio, Valongo, Maia e Santo Tirso, onde nasce o curso de água.

Em 2021, os quatro municípios constituíram a Associação de Municípios Corredor do Rio Leça, a primeira associação intermunicipal do país a ter como objetivo a recuperação de um rio.

Segundo o autarca, com a declaração de utilidade pública, que tem caráter de urgência, “a autarquia pode avançar para a primeira fase do que lhe toca na construção do Corredor do Rio Leça”, ficando para mais tarde a fase II, abrangendo ambas uma extensão de 10 quilómetros.

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“Aprovámos a declaração de utilidade pública para podermos comprar amigavelmente ou por expropriação os terrenos na nossa extensão do rio, ou seja, desde a Ponte da Pedra a Ermesinde [concelho de Valongo]. A primeira fase, que vai agora avançar, vai da Travagem (Ermesinde) ao Alvura, e depois a segunda fase vai de Alvura até à Ponde da Pedra”, adiantou Silva Tiago.

Silva Tiago (PSD/CDS-PP) adiantou ainda que a limpeza do rio, desassoreamento e limpeza das margens, já iniciado, deve ficar concluído este ano, sendo que no total este projeto ficou por quatro milhões de euros, financiados por fundos europeus.

Quanto ao custo da recuperação das margens e do leito do Leça na área que atravessa a Maia, o autarca apontou os 10 milhões de euros: “O custo será cerca de um milhão por quilómetro mais o custo da compra dos vários moinhos ao longo das margens que a câmara também tem vindo a comprar”.

“Podemos lançar a nossa parte já em 2025, havendo o dinheiro e em três ou quatro anos estará completo. O objetivo é que todo o corredor, os 47 quilómetros, esteja pronto até 2023”, disse.

Anunciando a visita da ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, para o início de julho, o presidente da autarquia deixou um pedido ao atual Governo.

“O anterior ministro do Ambiente [Duarte Cordeiro] tinha-se comprometido, agora é preciso apresentar o projeto e que quem hoje governa assuma aquilo que já tinha sido assumido”, disse.