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A coordenadora do BE lembrou esta segunda-feira o papel de Portugal no processo de independência de Timor-Leste para voltar a acusar o Governo de hipocrisia e cobardia por ainda não ter reconhecido o estado da Palestina.

“A posição de que Portugal não pode tomar uma posição, não pode tomar uma voz autónoma e determinada na comunidade internacional porque tem de esperar por outros, é uma posição cobarde. O que é que Portugal fez com o Timor? Não foi Portugal que liderou a comunidade internacional em nome da independência do povo timorense? E não nos orgulhou enquanto país e enquanto povo termos liderado esse movimento pela independência de Timor?”, questionou Mariana Mortágua.

A coordenadora bloquista falava aos jornalistas depois de uma reunião com o chefe da missão diplomática da Palestina em Lisboa, Nabil Abuznaid, cujo mandato termina em setembro e se mostrou esperançoso de que o Governo português reconheça o estado da Palestina em breve.

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Interrogada sobre a posição do executivo minoritário PSD/CDS-PP que tem priorizado um papel de mediação face ao conflito ao invés do reconhecimento, Mariana Mortágua respondeu que “com toda a franqueza, Portugal não está a moderar absolutamente nada”.

“A posição portuguesa não passa de uma posição cobarde, hipócrita, porque não tem coragem de reconhecer na comunidade internacional aquilo que tantos países já estão a reconhecer, que é que a Palestina tem direito à sua autodeterminação”, acusou.

Aos jornalistas, o chefe da missão diplomática da Palestina em Lisboa, Nabil Abuznaid, manifestou esperança de que o Governo português avance com o reconhecimento antes do termo do seu mandato, em setembro, afirmando que Portugal “tem todas as condições” para o fazer hoje.

Nabil Abuznaid disse acreditar que a população portuguesa é a favor do reconhecimento do estado da Palestina e afirmou que recentemente no aeroporto uma agente da polícia olhou para o seu passaporte e disse: “Espero que o meu país reconheça a Palestina em breve”.

“Este é o apoio do povo português de que precisamos. E tenho a certeza e espero que o Governo leve a sério este sentimento do povo em relação à Palestina”, apelou.