O partido da Venezuela Vontade Popular (VP) suspendeu o presidente da Câmara Municipal de San Carlos, no estado de Cojedes (centro) por ter alegadamente sabotado atos da líder da oposição, María Corina Machado.

O VP, no seu firme compromisso com a democracia e os valores que defende, decidiu suspender Alexander Mireles da equipa regional de ativistas (…). Esta decisão é tomada perante recentes ações de Mireles, que sabotou as atividades da nossa líder unitária María Corina Machado, pondo entraves ao desejo de todo um país de alcançar a democracia”, explicou o partido.

Num comunicado, divulgado segunda-feira nas redes sociais, o VP sublinha que “este tipo de comportamento é inaceitável, especialmente quando vem daqueles que supostamente lutam contra o regime opressor que tanto dano tem causado à Venezuela”.

Estes atos contra os princípios e valores que defendemos acontecem enquanto temos um presidente de uma câmara municipal preso, dois outros com mandados de detenção e mais de dez desqualificados, todos eles comprometidos com a causa democrática, por apoiarem a candidatura unida de Edmundo Gonzalez [principal candidato da oposição às presidenciais de 28 de julho] e a liderança de Maria Corina Machado”, explica.

De acordo com o VP, estes “líderes corajosos” enfrentam “a perseguição e a repressão pelo seu compromisso com a liberdade e a justiça, em contraste com as ações do presidente da Câmara de San Carlos que apenas servem para fortalecer o regime”.

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No comunicado, o VP sublinha que a suspensão de Alexander Mireles “é de caráter imediato, devido à sua falta de integridade” e reitera “o compromisso com a luta por uma Venezuela livre e democrática”.

Não toleraremos ações que criem obstáculos no caminho a um futuro melhor para todos os venezuelanos”, sublinha.

Na rede social X (antigo Twitter), Alexander Mireles afirmou-se surpreendido pela suspensão, da qual disse ter tido conhecimento através das redes sociais.

Mireles explicou que foi expulso apenas “por ter cumprido o dever, como autarca de informar sobre o encerramento de uma estrada para que os cidadãos pudessem tomar previsões perante um evento desportivo” programado desde há meses.

“Não devemos imitar o que sempre temos criticado. No entanto, aceito a sanção, o país está acima de qualquer situação”, sublinha.

Em 28 de julho, os venezuelanos vão às urnas para eleger o próximo presidente. Nas eleições participam dez candidatos, entre eles Nicolás Maduro que procura ser reeleito para um mandato de seis anos.

Em 20 de junho, oito dos dez candidatos, incluindo Maduro, assinaram um acordo que, segundo a imprensa local, os obriga a reconhecer os resultados que venham a ser anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O acordo não foi assinado pelo principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, substituto de Maria Corina Machado, do partido Vente Venezuela, nem por Enrique Márquez, que entre 2021 e 2023 foi vice-presidente do CNE.