Frankfurt foi palco de história para a seleção romena. Na última jornada da fase de grupos, a Roménia empatou com a Eslováquia (1-1) e terminou na primeira posição do Grupo E, à frente de Bélgica e dos eslovacos. Com esse primeiro posto veio a segunda presença de sempre na fase a eliminar de um Campeonato da Europa, algo que já não acontecia há 24 anos. Em 2000, a equipa de Emerich Jenei fez história e foi eliminada nos quartos de final.

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Andrei Ratiu tem sido uma das referências da Roménia na Alemanha. Numa posição com história no país — Dan Petrescu e Cosmin Contra eram os laterais em 2000 —, o jogador do Rayo Vallecano tem somado excelentes exibições e, frente à Eslováquia, foi o melhor em campo. Com o cabelo tingido a azul e um pulmão que lhe permite correr a todo o gás e chegar ao fim praticamente intacto, Ratiu foi apelidado de  Sonic, o ouriço que é uma personagem de videojogos e se destaca pela cor e velocidade.

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Frente aos eslovacos, Ratiu somou dois remates, um drible, quatro interseções, sete alívios de bola, dois desarmes, um duelo aéreo ganho e falhou apenas três passes. Pelos números, o romeno de 26 anos é, inclusivamente, um dos melhores laterais direitos deste Europeu, ombreando com nomes como Kimmich, Carvajal ou Cancelo. O seu porte e a disponibilidade física fizeram-no atingir a velocidade máxima de 35 km/h.

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Natural de Aiud, na região romena da Transilvânia, Ratiu passou a infância na cidade espanhola de Teruel, para onde os pais emigraram em busca de trabalho. Aos 13 anos foi contratado pelo Villarreal e atuou por empréstimo no Club La Vall e nos neerlandeses do ADO Den Haag. Em 2021 saiu para o Huesca e foi no clube da Segunda Divisão que atingiu a seleção romena. Há um ano ingressou no Rayo Vallecano e disputou a última edição de LaLiga.

Numa equipa muito instável, Ratiu acabou por não conseguir afirmar-se e não foi opção para Francisco Rodríguez e Iñigo Pérez. Ainda assim, a confiança depositada pelo selecionador Edward Iordanescu fê-lo continuar a acreditar nas suas capacidades. Foi dessa forma que Ratiu chegou ao Campeonato da Europa, com a moral em alta e totalmente focado na sua seleção. Tornou-se um dos jogadores mais atrativos da prova e deverá deixar o Rayo Vallecano a troco de 10 milhões de euros. A Premier League — Brentford e Brighton estarão interessados — deverá ser o caminho a seguir.