Ativismo e futebol caminham juntos para o futuro. É cada vez mais evidente nos dias que correm que o desporto pode ser utilizado como uma espécie de “palco” para alertar as gerações para os problemas do quotidiano. Um desses casos é o de Héctor Bellerín, internacional espanhol que passou pelo Sporting em 2022/23. Desde cedo que o lateral prima pela sua forma de estar fora das quatro linhas, como o uso de roupa peculiar.

Bellerín, dá-me a tua camisola… e o casaco… e os óculos escuros. Um guia de estilo do “jogador mais estiloso”

No podcast En clave de Rhodes, da Cadena Ser, o jogador de 29 anos revelou a sua preocupação com as questões sociais, pedindo igualdade salarial e de oportunidades na sua profissão. “Acho que é bastante necessário. Aquilo que eu sei, desejo e que é justo, é que todos ganhemos o mesmo. Que sejamos igualmente profissionais, com os mesmos direitos e igualdade. Agora como fazemos isso? Ainda não sei”, partilhou Bellerín.

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“O que sei é que no futebol masculino temos de ser os primeiros a ajudar. Temos a plataforma, os recursos, percorremos esse caminho porque elas não conseguiram. Começa por nós porque a sociedade já está a fazer essa mudança. Temos que assumir a responsabilidade: clubes, entidades, grandes Ligas… Temos um poder muito forte”, acrescentou o futebolista, que considerou que este problema é estrutural e inerente a outras áreas da sociedade.

Bellerín aproveitou ainda para falar das redes sociais e da forma como estas são utilizadas para atacar os desportistas, através de comentários ofensivos, por vezes homofóbicos. “O normal é que como jogador te tratem como um tonto. A mim já me disseram que não jogo bem porque estou a pensar na roupa ou já me chamaram lésbica por usar o cabelo comprido. Algo que é duplamente homofóbico”, admitiu.

No podcast, o espanhol aproveitou ainda para falar sobre a homossexualidade no futebol, considerando que “ainda há um longo caminho a percorrer”. “Há um grupo de apoio, mas à porta fechada são necessárias muitas mudanças. É algo que deve ser mudado desde baixo. A educação nas escolas, de consentimento, de cuidados, de saúde mental… isso acontece em outras indústrias e na rua. O futebol é um ambiente largamente masculinizado”, concluiu o atual jogador de Betis.