As consequências das alterações climáticas como inundações, secas e ondas de calor podem causar até 14,5 milhões de mortes até 2050, indica um relatório divulgado esta quinta-feira nas vésperas do Dia Nacional da Conservação da Natureza, assinalado no domingo.

Instituído em Portugal em 1998, este dia chama a atenção para a preservação do património natural, essencial para o bem-estar das pessoas e para a sustentabilidade das economias.

Elaborado pela empresa norte-americana de consultoria de gestão OIiver Wyman, em colaboração com o Fórum Económico Mundial (FEM), o estudo “Avaliação do impacto das alterações climáticas na saúde humana” analisa as consequências resultantes do aumento gradual da temperatura média do planeta na saúde pública.

“As inundações representam o maior risco de mortalidade, com uma estimativa de 8,5 milhões de mortes até 2050, seguidas pelas secas (3,2 milhões) e as ondas de calor (1,6 milhões)”, refere um comunicado de divulgação do relatório, que estima que “os custos totais dos sistemas de saúde para tratar as doenças causadas pelas mudanças climáticas ultrapassem o valor de mil milhões de euros” no mesmo ano.

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Além daquelas, o estudo analisa os efeitos negativos na saúde de tempestades tropicais, incêndios florestais e o aumento do nível do mar, indicando que perto de 70% daquelas mortes acontecerão em regiões de alto risco, sobretudo no Sudeste Asiático.

A Ásia é a região onde se prevê que seja maior o impacto das alterações climáticas a nível de saúde, sendo calculadas “perdas económicas de cerca de 3,2 biliões de euros”.

Em termos de perdas económicas segue-se a Europa (2,3 biliões), a América do Sul (1,9 biliões) e África (1,8 biliões de euros).

Devido à falta de recursos e de equipamento médico essencial, bem como às infraestruturas inadequadas, o continente africano “encontra-se numa posição de maior vulnerabilidade face aos impactos das mudanças climáticas na saúde do que outras regiões”.

O estudo da consultora estratégica do grupo Marsh McLennan “apresenta estratégias de redução de emissões para evitar perdas económicas de até 11,5 biliões de euros até 2050”, considerando que o papel do setor privado é crucial e “deve ser incentivado pelos Governos”.

A nível de incentivos económicos diretos são referidas medidas como os “créditos fiscais, subsídios ou bolsas de investigação de apoio a iniciativas que visam mitigar os impactos das alterações climáticas”, propondo-se igualmente a criação de regulamentação “que estimule a inovação”.

“O setor público tem um outro papel, essencial na resiliência dos sistemas de saúde aos efeitos provocados pelas mudanças climáticas e meteorológicas, como a capacitação das infraestruturas”.