Um dos novos blocos de partos da ULS de Santa Maria deverá já estar a funcionar em agosto, anunciou este domingo o presidente da instituição, referindo que Lisboa terá “os dois maiores hospitais em operação plena” em setembro.

“No dia 1 de setembro teremos os dois blocos abertos. Estamos a fazer algum esforço para, no dia 19 de agosto, 12 dias antes do final do mês, conseguirmos abrir o bloco de partos número um, que é o mais pequeno”, adiantou o presidente da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, Carlos Martins, em entrevista à agência Lusa.

O novo bloco de partos, a “Maternidade Luís Mendes da Graça”, tem previsão de abertura em 01 de setembro.

“Vamos seguramente conseguir [abrir o primeiro bloco em 19 de agosto], temos isso num plano ratificativo, porque é para dar apoio precisamente à urgência, e a urgência vai passar a dar uma maior resposta às grávidas até às 22 semanas”, salientou.

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Carlos Martins disse que a ULS de Santa Maria irá ter outras condições, mas admitiu que “os problemas que têm sucedido não vão desaparecer todos”.

“Os resultados serão claramente muito diferentes. A partir de setembro, agora estamos numa fase de transição e a MAC [Maternidade Alfredo da Costa] já está na fase de trabalho a 100%, a região de Lisboa e Vale do Tejo terá os dois maiores hospitais, que são universitários, em operação plena”, realçou.

O responsável disse ainda que, desde janeiro, o departamento teve que “assegurar a urgência metropolitana de ginecologia sozinho” e que fez apenas três partos no primeiro semestre.

“Tivemos três partos este semestre, todos eles de emergência. Num deles um helicóptero que aterrou aqui de emergência, a pedido da tripulação, sobretudo da equipa médica, e mais dois casos complexos. Os únicos partos que fizemos foi em situações de emergência e o resto tivemos as rotinas normais”, vincou.

Carlos Martins recordou que desde há um ano que os profissionais de saúde têm estado a trabalhar “com condições que não são as melhores”.

“Tivemos de refazer o plano de atividade do departamento. […] Conseguimos neste semestre ter mais atividade do que tivemos no primeiro semestre do ano passado, onde ainda estávamos em capacidade máxima, e mais atividade do que em 2022”, exaltou.

De acordo com o presidente da ULS de Santa Maria, já foram ultrapassadas as consultas de 2019, ano antes do início da pandemia de covid-19.

“O meu indicador de referência é sempre 2019. E nós ultrapassámos as consultas do ano de 2019, e estamos em condições, já com estes espaços operacionais, e com os resultados do primeiro semestre, de ficar muito próximo daquilo que foi a atividade, à exceção, naturalmente, dos partos”, sustentou.

O investimento global de seis milhões de euros permitiu remodelar a urgência de Obstetrícia e Ginecologia e construir 12 salas, dois blocos operatórios e uma sala de observações na nova maternidade, num total de cerca de 1.000 metros quadrados de área nova a ser construída.

“Estamos a falar de quartos individuais, quartos no máximo de duas camas, com um quarto de banho privativo e também condições de trabalho para os profissionais em termos das áreas de trabalho e das áreas de descanso”, explicou Carlos Martins.

ULS de Santa Maria prevê realizar 3 mil partos anuais a partir de 2025

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, em Lisboa, deverá estar preparada para realizar 3.000 partos anuais a partir de 2025, prevendo contratar 120 profissionais especialistas entre este e o próximo ano.

“Em termos humanos, também aquilo que tínhamos previsto para esta fase está concluído, os processos estão concluídos e iremos continuar a contratar médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares de saúde e assistentes técnicos, mas até ao final do ano não temos nenhuma preocupação mas, portanto, o planeamento está a ser executado sem qualquer contratempo”, disse o presidente da ULS de Santa Maria Carlos Martins, na mesma entrevista à agência Lusa.

O responsável que assumiu funções em 01 de fevereiro, substituindo no cargo Ana Paula Martins, atual ministra da Saúde, falava sobre o início da atividade do novo Serviço de Urgência de Ginecologia e de Obstetrícia para grávidas até 22 semanas de gestação em 01 de agosto.

De acordo com Carlos Martins, até ao final de 2024 estão previstas 70 contratações.

“Em termos de final deste ano, já contratámos cinco médicos, estamos nos procedimentos para contratar mais cinco, ou seja, no total queremos reforçar com 10 médicos o departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Esta parte da urgência, da nova urgência, da nova maternidade são muito importantes para toda a atividade. Teremos até ao final do ano 25 enfermeiros especialistas contratados, 17 técnicos auxiliares de saúde e sete assistentes técnicos”, salientou.

O departamento de Obstetrícia e Ginecologia tem cerca de três centenas de profissionais, segundo Carlos Martins.

O presidente da ULS de Santa Maria adiantou ainda que, até ao verão do próximo ano, está planeado contratar mais 50 profissionais de saúde.

“Com isto podemos entrar no que consideramos a velocidade cruzeiro, ou seja, estamos preparados para 3.000 partos”, sublinhou.

O investimento global de seis milhões de euros permitiu remodelar a urgência de Obstetrícia e Ginecologia e construir 12 salas, dois blocos operatórios e uma sala de observações na nova maternidade, num total de cerca de 1.000 metros quadrados de área nova a ser construída.

“Do ponto de vista objetivo, investimos seis milhões de euros em obra, equipamento e mobiliário. Temos programado no nosso plano de ação, em termos de capital humano, um investimento de quatro milhões de euros anuais. E não podemos esquecer que tivemos parados um ano, e não houve receitas — uma média de 2,5 milhões de euros por mês — que são 30 milhões de euros. Portanto, 36 milhões de euros mais quatro são 40 milhões de euros em investimentos socioeconómicos em instituição, que o Serviço Nacional de Saúde e os contribuintes fizeram”, explicou.

Carlos Martins disse que “agora só tem de correr” por “respeito ao erário público” e às “mulheres grávidas e às parturientes”.

Também foi remodelado e ampliado o internamento de puérperas, no piso 5 do Hospital Santa Maria, remodeladas as instalações para a ecografia obstétrica, que passará a funcionar na área do atual bloco de partos, localizado no piso 6, e o Serviço de Neonatologia alargado.

“Está tudo a correr conforme o planeado, dentro dos prazos. A parte da obra construção civil terminou na última semana de junho, conforme o previsto. Já estamos com o equipamento instalado e estamos a instalar o equipamento e o mobiliário que ainda está em falta”, acrescentou.