Os partos programados de grávidas de Leiria vão ser feitos no Centro Materno e Infantil do Norte, no Porto, na sequência do fecho da urgência ginecológica/obstétrica do hospital de Leiria até dia 19, foi sexta-feira anunciado.

“No que diz respeito aos partos programados, a solução passa por um encaminhamento, com o acordo das grávidas, para o Centro Materno e Infantil do Norte que irá receber as utentes de Leiria”, refere um esclarecimento enviado à agência Lusa pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS).

Segundo a DE-SNS, o transporte vai ser acautelado pela Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL), “estando programados 10 partos para os próximos dias” e, segundo a informação recolhida por esta entidade, “as grávidas e respetivas famílias estão satisfeitas com a alternativa que lhes foi apresentada”.

No mesmo esclarecimento, a DE-SNS confirma que o serviço de urgência ginecológica/obstétrica da ULSRL estará encerrado até dia 19 de agosto devido à “indisponibilidade dos recursos humanos necessários para garantir o serviço durante este período de férias de verão”.

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“O encerramento foi articulado com a ULS de Coimbra para que continue a ser dada resposta às utentes da área de influência de Leiria”, adianta.

Os deputados do PSD eleitos por Leiria alertaram que a urgência obstétrica do hospital de Leiria vai estar fechada 18 dias, desde hoje e até ao dia 19, situação confirmada pela administração da ULSRL.

Numa pergunta dirigida à ministra da Saúde entregue no parlamento, os deputados questionam se Ana Paula Martins tem conhecimento dos “constrangimentos nos hospitais de Leiria e das Caldas da Rainha”, nomeadamente, “do encerramento da urgência obstétrica de Leiria durante 18 dias, de 2 a 19 de agosto”.

Na pergunta à tutela, os cinco parlamentares social-democratas eleitos por Leiria referem que “a prestação dos cuidados de saúde no distrito de Leiria, e em particular nos concelhos de Leiria e das Caldas da Rainha, tem vindo a degradar-se e a criar uma incapacidade de dar respostas efetivas às necessidades dos utentes, gerando até um clima de insegurança perante o cenário”.

“Com efeito, os serviços de urgência nos hospitais de Leiria e das Caldas da Rainha à data continuam de forma intermitente a estarem encerrados, obrigando ao ‘desvio’ dos utentes para outros hospitais”, explicam, num documento no qual também abordam os cuidados de saúde primários, considerando que há muito se chegou ao “ponto de rutura”.

À agência Lusa, a ULSRL confirmou o encerramento do seu serviço de urgência ginecológica/obstétrica desde as 9h00 de sexta-feira e as 9h00 do dia 19 de agosto, justificando com a “falta de recursos humanos”.

“Este encerramento já estava programado de forma a dar uma resposta consistente às utentes e grávidas da ULSRL até ao final do presente ano e foi articulado com a ULS de Coimbra”, adiantou.

Segundo a ULSRL, “as utentes e grávidas da área de influência da ULSRL deverão ligar previamente para a Linha SNS Grávida — 808 24 24 24, para serem encaminhadas, antes de se deslocarem para qualquer unidade de saúde”.