Continuam os protestos violentos anti-imigração, sete dias depois do assassinato de três crianças, incluindo uma portuguesa, em Southport, no Reino Unido. Em Plymouth, no sul do país, vários agentes da polícia ficaram feridos na segunda-feira. Até ao momento foram detidas 378 pessoas no país, segundo a BBC.

Só na segunda-feira, foram detidas seis pessoas em Plymouth, segundo a polícia de Devon e Cornwall, citada pelo The Guardian. “Vários agentes da polícia” ficaram com ferimentos ligeiros e dois “elementos do público” foram levados para o hospital devido a episódios de “violência prolongada”. Durante as manifestações, foram lançados tijolos e foguetes. Para o local tinham sido destacados 150 agentes.

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Os manifestantes atacaram também uma contra-manifestação que apelava à paz e onde se viam cartazes com frases como “Não há espaço para o ódio” e “Diz não aos nazis”.

Em Birmingham, centenas de pessoas juntaram-se após relatos falsos de que estaria a ser planeada uma marcha ligada à extrema-direita. Um grupo que se separou da manifestação principal atacou vários carros e um pub com a cara tapada.

Já em Southport, a localidade onde se deu ataque que matou as três crianças, centenas de pessoas participaram numa vigília pacífica em memória das vítimas, que morreram por esfaqueamento enquanto participavam num workshop de dança dedicado ao tema Taylor Swift. Uma criança mantém-se no hospital.

A polícia na Irlanda do Norte também indicou que está a lidar com episódios de “desordem” na área de Donegall Road, a sul de Belfast. Foram atiradas pedras e pelo menos um cocktail molotov.

Além de agentes da polícia, os protestos têm feito outros feridos entre os manifestantes. Na segunda-feira Keir Starmer prometeu um forte dispositivo policial para lidar com os protestos e prometeu reforçar a “justiça criminal”, depois de uma reunião de emergência do Cobra, após desacatos no fim de semana em que os manifestantes invadiram hotéis que albergavam requerentes de asilo.

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O atacante, Axel Rudakubana, é britânico e tem ascendência do Ruanda (país de onde os pais são naturais), o que tem levado à propagação de ideias anti-imigração. Até ao momento não há motivo associado ao ataque.