O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, pediu esta terça-feira “transparência no processo eleitoral” das presidenciais na Venezuela para que se possa apurar quem venceu “com independência” e assegurar o “fim da repressão” naquele país.

“Nós associamo-nos a todos aqueles, a todas aquelas, e acompanhamos as instituições internacionais que têm feito esse apelo às autoridades eleitorais venezuelanas para que publiquem o mais depressa possível as atas para se poder apurar com certeza e independência quem é que venceu”, apelou o líder parlamentar bloquista, em declarações à Lusa.

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Fabian Figueiredo sublinhou que “o processo eleitoral democrático é um processo transparente” o que implica “respeitar as regras da democracia” salientando que “até a própria lei da Venezuela determina que as atas de todas as urnas sejam publicadas”.

“Isso é determinante para se conseguir apurar o resultado eleitoral: quantas pessoas é que votaram, quem é que votou, quem é que ganhou? Isso está por fazer e é determinante”, afirmou.

O bloquista manifestou ainda preocupação com “a onda repressiva que está em curso na Venezuela”, apelando a que todas as pessoas “injustamente detidas sejam imediatamente libertadas” e que seja iniciado um “processo de diálogo entre a oposição e o governo e se termine uma vez por todas com a repressão”.

Em democracia ganha-se e perde-se eleições. Quem está no poder quando perde as eleições deve garantir a transição pacífica de pastas. É assim que deve funcionar em qualquer regime democrático e é assim que também deve acontecer na Venezuela”, defendeu.

Para o BE, “não cabe a nenhum ator externo escolher o vencedor” das eleições venezuelanas, realçando que está em causa a defesa da democracia e o “normal funcionamento das instituições democráticas”.

“O Presidente da Colômbia fez um apelo não só que sejam publicadas as atas, mas que se encontre também uma entidade independente para tratar do apuramento do resultado eleitoral, para que ele dê confiança e para que se consiga evitar um conflito maior na Venezuela. Que se consiga garantir uma transição democrática, se for caso disso. Porque isso é essencial”, advogou.

A Iniciativa Liberal (IL) entregou esta terça-feira um projeto de resolução no qual defende que Portugal reconheça Edmundo González (opositor de Nicolás Maduro) como vencedor das eleições presidenciais venezuelanas e empregue esforços para um reconhecimento alargado.

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A União Europeia, a Organização dos Estados Americanos, e países como o Japão, Austrália, Noruega e Nova Zelândia exigiram que sejam divulgadas as atas para se comprovarem os verdadeiros resultados.

Já o Peru, a Argentina, os EUA, a Costa Rica, o Equador e o Uruguai, todos países pertencentes à Organização dos Estados Americanos (OEA), reconheceram Edmundo González como o vencedor das eleições de dia 28.

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No sábado, Portugal, Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos e Polónia apelaram às autoridades venezuelanas para que divulguem rapidamente todas as atas eleitorais, de forma a garantir a total transparência e a integridade do processo eleitoral, atribuindo credibilidade às atas publicadas pela oposição.

No domingo, a União Europeia emitiu um comunicado, referindo que os resultados da CNE não podem ser reconhecidos visto nenhuma ata ter sido divulgada pela própria CNE.