O artista plástico Edmundo Cruz, cuja obra ficou marcada pelas pinturas de paisagens e ofícios rurais, morreu na quarta-feira, aos 96 anos, no Hospital Amadora-Sintra, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte da agência funerária Servilusa.

O pintor, nascido em Lisboa, em 28 de fevereiro de 1928, residente em Colares, concelho de Sintra, foi distinguido com vários prémios, entre eles, em 2001, a Medalha de Prata Mérito Municipal de Sintra e, em 2003, a Medalha de Mérito Municipal de Sintra — 1º Grau — Ouro.

As cerimónias fúnebres do artista plástico decorrerão a partir de sexta-feira, das 18h00 às 23h00, quando estará em câmara ardente na Capela de São Sebastião, em Colares, e o funeral realiza-se no sábado, às 12h00, para o Crematório de Rio de Mouro, segundo a mesma fonte.

De acordo com a biografia disponibilizada pela agência funerária, no início de carreira, Edmundo Cruz estudou na Escola Náutica, onde fez o curso de engenheiro de maquinista naval, concluído quando tinha 20 anos, e trabalhou como engenheiro de máquinas da marinha mercante portuguesa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No seu percurso como engenheiro, criou uma máquina que permitia fazer a estampagem de tecidos dos dois lados, na vertical, cedeu a patente nos anos 1970 a uma empresa britânica e viajou um pouco por todo o mundo para coordenar a montagem em diversas fábricas.

Viveu na Rodésia, atual Zimbabué, onde fez a gestão de uma empresa de estampagem de tecidos e integrou a equipa de desenhadores têxteis, ao mesmo tempo que trabalhava para revistas e dava os primeiros passos na pintura a nível profissional.

Realizou exposições individuais em vários países e regressou a Portugal pouco antes da revolução do 25 de Abril. Chegou a ser paginador do jornal Correio da Manhã.

As pinceladas com cores fortes e a expressão das personagens são algumas das características da pintura de Edmundo Cruz, que pintou sobretudo em óleo sobre tela e aguarela, inspirado pelas paisagens de Sintra, do Alentejo, com motivos da vida rural, os ofícios da pesca e a vida marítima.

A sua obra está representada em coleções privadas e públicas nos Estados Unidos, Brasil, Bélgica, Canadá, Holanda e Itália.