Foi quente o primeiro frente-a-frente entre os principais candidatos à Presidência da República do Brasil. A atual presidente Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores), o senador Aécio Neves (Partido da Social Democracia Brasileira) e a ex-senadora Marina Silva (Partido Socialista Brasileiro) partiram para confrontos diretos e não pouparam os pontos fracos de cada adversário. A gestão da Petrobras e o desemprego foram dois dos temas que geraram mais discussão, escreve o Estadão.

Aécio Neves afirmou que a atual presidente brasileira deveria “pedir desculpas” à sociedade pela “gestão temerária” da empresa pública. Dilma Rousseff rejeitou a acusação e respondeu que foi o governo do PT que descobriu petróleo na camada do pré-sal, um tipo de rocha sob a crosta terrestre formada exclusivamente de sal petrificado, o que vai permitir fazer do Brasil um país exportador de petróleo.

“Concedemos à Petrobras um volume de reservas para que ela se transforme numa das maiores empresas de petróleo do mundo”, disse Dilma. Em resposta, Aécio disse que era “uma leviandade” tratar o tema da Petrobras da maneira que tem sido tratado e afirmou que “todas as denúncias acabam caminhando na direção do benefício ao seu partido (PT) e a partidos políticos que lhe dão apoio”.

Em relação ao desemprego, Aécio Neves manteve o tom acusatório. O social-democrata acusou Dilma de ter destruído milhares de postos de trabalho e de “olhar para trás por ter receio de debater o presente e nada ter a apresentar”. Dilma não poupou e devolveu a crítica, ao recordar a herança deixada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. “O governo do PSDB quebrou o Brasil três vezes, quando precisou recorrer ao Fundo Monetário Internacional, propôs aumento de tarifas e o congelamento dos salários”.

Já a candidata socialista Marina Silva perguntou a Dilma se falhou o pacto que fez com os brasileiros em resposta às manifestações de junho do ano passado e prometeu combater a “velha política” que, segundo a própria, “é a polarização entre o PT e o PSDB”. “Esse Brasil que a presidente Dilma acaba de mostrar, colorido, quase cinematográfico, não existe na vida das pessoas”, disse Marina. O aumento da inflação também esteve presente no debate, com a atual presidente a garantir que, apesar da crise internacional, “a inflação está a ser sistematicamente reduzida” e que o seu governo “se recusa a repassar os seus efeitos para o trabalhador”.

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