É tudo uma questão de humor… britânico. João Magueijo, 47 anos, foi notícia em julho no Observador, por altura do lançamento do primeiro livro escrito em português — já é um bestseller em solo nacional, com cerca de 20 mil cópias vendidas. “Bifes mal passados” (Undercooked Beef), da editora Gradiva, é um “anti-livro de viagens” composto por uma série de crónicas sobre as peripécias de Magueijo em terras de Sua Majestade. Agora, o professor académico é referido em dois jornais britânicos a propósito do que escreveu sobre a cultura daquele país.

No livro, diz este domingo o Sunday Times, os ingleses são retratados enquanto “animais violentos” e acusados de serem bêbedos, sujos e sexualmente promíscuos. O professor de física no Imperial College, em Londres, diz que a Inglaterra é “uma das sociedades mais podres da Europa, possivelmente do mundo”. Também o jornal Telegraph pega no tema e recupera as palavras de Magueijo que estão espalhadas por um total de 188 páginas: “Quando se visita casas inglesas, ou as casas de banho nas escolas ou nos alojamentos estudantis, são todos tão nojentos que até a gaiola de aves da minha avó é mais limpa”. 

Desde que o artigo foi publicado no Telegraph, que segue as pisadas do Sunday Times, a caixa de comentários tem crescido a olhos vistos — até ao início da noite contavam-se mais de 1000 opiniões publicadas diretamente na página do artigo. Há quem concorde com o registo feito pelo académico português — “Ele está absolutamente correto, é uma cultura de ódio brutal, é preciso alguém de fora para o ver” — e há quem aproveite a oportunidade para falar mal de Portugal, ali apelidado de país de terceiro mundo. Na rede social Facebook do respetivo meio estão publicados mais de 300 comentários, além de a notícia ter sido partilhada centenas de vezes.

João Magueijo viveu os últimos 25 anos no Reino Unido, o qual, garante, de unido não tem nada. Ao Observador falou das bebedeiras dos ingleses e da agressividade resultante, dos dias de chuva e de nevoeiro, mas também da péssima comida. Ainda assim, o físico admite que não consegue abandonar o país: “A Inglaterra com todos os seus problemas, defeitos e maleitas sociais acaba por ser um país interessante.”

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