O Procurador de Dallas, no Texas, Craig Watkins, quer imputar responsabilidade criminal a Thomas Eric Duncan, um cidadão liberiano contagiado com Ébola, considerando que este expos a população norte-americana ao vírus “conscientemente”.

“Estamos a analisar se Duncan expos a população ao vírus de forma intencional ou conscientemente”, disse Debbie Denmon, porta-voz da Procuradoria de Dallas, em declarações ao jornal The Washington Post.

“Uma pessoa não pode simplesmente entrar num avião, mentir no formulário de viagem, chegar aos Estados Unidos e mentir no documento médico”, afirmou.

Duncan chegou aos Estados Unidos vindo da Libéria no passado dia 20 de setembro para se casar com a mãe do seu filho e começar uma nova vida no país.

Ao iniciar a viagem em Monróvia, Duncan preencheu um formulário onde assegurou que não tinha tido contacto com nenhuma pessoa infetada com o vírus do Ébola.

Esta versão foi desmentida por pessoas próximas do liberiano depois de se saber que este sofria de Ébola, que indicaram que dias antes da viagem o homem tinha ajudado a transportar uma mulher infetada pelo vírus para um centro médico, onde acabou por morrer.

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As autoridades liberianas já manifestaram intenção de julgar Duncan, quando este regressar ao país, por “mentir sob juramento”.

Duncan deu entrada no Hospital Presbiteriano de Dallas a 25 de setembro, com febre e dores abdominais, mas os médicos deixaram-no regressar a casa com antibióticos, não estando ao corrente que vinha da Libéria.

O doente voltou ao hospital três dias depois, sendo internado e posteriormente diagnosticado com Ébola. O tempo que esteve fora do hospital foi considerado relevante para uma potencial propagação do vírus entre as pessoas com as quais esteve em contacto.

Duncan encontra-se em estado crítico e está a ser submetido a um tratamento experimental no hospital de Dallas, onde está ligado a um ventilador e sujeito a diálise.