Marinho e Pinto divulgou no site do Partido Democrático Republicano (PDR) as remunerações que recebeu no Parlamento desde 1 de junho, quando assumiu o lugar pelo Movimento da Terra, bem como os recibos comprovativos desses pagamentos. Para além do vencimento-base de 8020,53 euros, o advogado recebe 304 euros diários de subsídio e um subsídio mensal para despesas gerais de 4299 euros.

Foi esta a forma encontrada por Marinho e Pinto para fazer o “strip tease” que tinha prometido no passado 5 de outubro, quando anunciou a intenção de divulgar “todos os recibos de vencimento emitidos” enquanto eurodeputado. “Não tenho nada a esconder do povo português. Irei fazer o ‘strip tease’ que o pudor de alguns os impede de fazer”, disse durante a sessão de apresentação do PDR em Coimbra, numa referência à expressão usada por Passos Coelho.

No final de setembro, quando António José Seguro desafiou o primeiro-ministro a autorizar o levantamento do sigilo bancário a propósito do caso Tecnoforma, Passos Coelho disse recusar fazer o ‘stripe tease’ das suas contas bancárias — para além, claro, das declarações de rendimentos que tem entregues no Tribunal Constitucional.

Para além do vencimento-base e das ajudas diárias, Marinho e Pinto admite beneficiar de “um generoso seguro de saúde que cobre a quase totalidade de todas as despesas relativas a consultas médicas, tratamentos clínicos (incluindo, obviamente, dentários e oftalmológicos), medicamentos, cirurgias, próteses, etc.” As despesas de deslocação (avião, táxi ou carro) são feitas à parte.

Sobre o Subsídio para Despesas Gerais (os tais 4299 euros mensais), Marinho e Pinto diz não ser necessário justificar as despesas efetuadas, considerando tratar-se de “um expediente para furtar ao pagamento de impostos uma fatia importante da remuneração dos deputados”. “Se fizer as despesas, muito bem, ficam pagas, mas se as não fizer, muito bem também, pois fico com o dinheiro para mim”, pode ler-se num texto publicado no site.

O advogado acrescentou ainda que se concluísse o mandato de cinco anos no Parlamento Europeu “ficaria com uma pensão de reforma vitalícia de cerca de 1300 euros mensais, que acresceria aos meus rendimentos ou vencimentos, incluindo outras pensões de reforma”.

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